Dona da filtros Fram, First Brands acusa ex-CEO de desviar milhões, talvez bilhões de dólares
						A falida First Brands Group processou nesta segunda-feira (3) seu ex-diretor executivo e fundador, Patrick James, acusando-o de orquestrar fraudes que deixaram a fabricante norte-americana de autopeças, dona da marca de filtros Fram, insolvente.
James teria enriquecido a si mesmo e à sua família ao “desviar centenas de milhões (se não bilhões) de dólares da First Brands”, afirmou a empresa em uma ação judicial apresentada ao Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito Sul do Texas.
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Um advogado e um representante separado de James não responderam imediatamente a um pedido de comentário feito pela Reuters.
A falência da companhia levantou preocupações sobre o financiamento opaco no mercado de crédito privado e trouxe à tona a exposição de algumas das principais instituições financeiras do mundo.
A First Brands afirmou que James fez com que a empresa assumisse pelo menos US$ 2,3 bilhões em passivos, baseados, ao menos em parte significativa, em faturas inexistentes ou falsificadas. Ele também foi acusado de realizar operações de financiamento com veículos de propósito específico (SPVs) que teriam oferecido o mesmo colateral mais de uma vez.
Entre 2018 e 2025, James teria transferido centenas de milhões de dólares da empresa para si mesmo ou para entidades a ele ligadas, sendo que a maioria das transferências ocorreu entre 2023 e 2025, segundo a First Brands.
James renunciou ao cargo de CEO no mês passado.
A empresa, sediada em Ohio e fabricante de filtros, freios e sistemas de iluminação, nomeou um comitê especial de diretores independentes para investigar seu financiamento fora do balanço patrimonial.
Mais cedo, James apresentou uma moção judicial apoiando a nomeação, pelo tribunal, de um fiduciário que investigaria as práticas financeiras da empresa antes da solicitação de falência.
A First Brands entrou com pedido de proteção contra falência em setembro, após seus credores iniciarem uma investigação sobre irregularidades nos relatórios financeiros da companhia.