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E agora, Bill? Ações da Microsoft (MSFT) caem 6% em NY, com redução de vendas em nuvem e PC jogando balde de água fria

26 out 2022, 14:06 - atualizado em 26 out 2022, 14:06
Bill Gates
Empresa de Bill Gates sofre com piora de vendas na divisão de PC e serviços de nuvem (Imagem: REUTERS/Denis Balibouse)

As ações da Microsoft (MSFT;MSFT34) marcam quedas superiores a 6% no pregão desta quarta-feira (26), após a empresa reportar receita decepcionante em setores considerados estratégicos para o crescimento da empresa. No ano, a Microsoft já caiu mais de 31%.

Entre julho e setembro de 2022, a titã de tecnologia teve uma receita de US$ 50,12 bilhões, um aumento de 11% na base de comparação anual, acima de uma expectativa de US$ 49,61 bilhões. O lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) de US$ 2,35 também veio 2,0% acima do consenso;; o lucro líquido foi de US$ 17,56 bilhões.

Apesar de uma tendência globalmente positiva, o crescimento do lucro no trimestre é 14% inferior àquele registrado na mesma etapa do ano passado. Investidores também ficaram frustrados com os números reportados pelo segmento de softwares para PCs, uma das joias da casa.

O declínio do segmento de softwares para unidades físicas já era um cenário previsto pela Microsoft. Na divulgação da prévia,  a empresa alertou os investidores sobre “um mercado de PCs mais fraco do que o esperado e ações significativas de correção de estoque em toda a cadeia de suprimentos de PCs”. A queda na receita do segmento foi de 30% entre julho e setembro.

Números da Microsoft revelam alerta para serviço de nuvem

O balanço da Microsoft mostrou que, pela primeira vez, a receita advinda do serviço de  nuvem Microsoft Cloud –  que abrange a Azure, assinaturas comerciais do Office 365, partes comerciais do LinkedIn e Dynamics 365 – ultrapassou 50% da receita geral da empresa. 

O segmento de negócios Intelligent Cloud da Microsoft, que inclui a nuvem pública do Azure, bem como Windows Server, SQL Server, Nuance e Enterprise Services, geraram US$ 20,3 bilhões em receita trimestral. O número, que representa um aumento de 26% em relação ao segundo trimestre, não alcançou as expectativas do mercado e confirma uma rota de desaceleração para o serviço de nuvem.

Parte responsável pela desaceleração na venda do ‘cloud computing’ da Microsoft vem da Azure, considerada uma das peças principais do modelo de negócio da Microsoft e que reportou um crescimento de 35% na receita do trimestre. O número é 12,50% menor do que o crescimento registrado na mesma etapa em 2021.

Na teleconferência utilizada para explicar os resultados, o executivo-chefe da Microsoft Satya Nadella atribuiu a desaceleração dos serviços de nuvem nos esforços dos clientes em “otimizar” oo seus gastos para salvar dinheiro em meio à piora das perspectivas econômicas.

Confirmou-se também o impacto das flutuações cambiais sobre a receita total no trimestre. Segundo a Microsoft, o rombo gerado pela apreciação do dólar foi de US$2.3 bilhões.

A Microsoft, assim como outras gigantes da tecnologia, correm para suprimir custos em prol das margens de lucro, o que deve abrir espaço para impactos na força de trabalho da empresa. Recentemente, a empresa de Bill Gates anunciou a demissão de 1000 funcionários espalhados em várias divisões.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.