Coluna do Daniel Abrahão

Educação financeira nas escolas pode fazer investidor brasileiro ganhar quanto?

15 set 2023, 16:10 - atualizado em 15 set 2023, 16:10
DinheiroEducação Financeira, Investimentos
Entenda como a educação financeira muda a vida do investidor brasileiro. (Imagem: Unsplash/Josh Appel)

A educação financeira nas escolas é um tema de grande relevância no contexto financeiro brasileiro e global. Refere-se à inclusão do ensino de conceitos e habilidades financeiras no currículo escolar, desde os primeiros anos letivos até o ensino médio.

Essa educação visa preparar os alunos para lidar com questões financeiras ao longo de suas vidas, capacitando-os a tomar decisões financeiras informadas e responsáveis.

Uma das principais metas da educação financeira nas escolas é o empoderamento financeiro dos alunos. Este processo visa capacitar os jovens a tomar decisões financeiras , assim, tornarem-se mais independentes financeiramente ao longo de suas vidas.

A tomada de decisões financeiras acertadas é alcançada ao receber um aprendizado sobre o tema sólido. Então, os alunos aprendem a avaliar suas opções financeiras com base em conhecimentos válidos e corretos.

Isso vai muito além de simplesmente calcular números; envolve a compreensão dos princípios subjacentes que guiam as escolhas financeiras. Ou seja, significa que os alunos estão mais bem equipados para tomar decisões bem fundamentadas em todas as áreas da vida. Logo, desde escolher um plano de celular ou um empréstimo, e até mesmo decidir sobre investimentos complexos.

O debate sobre a inclusão da educação financeira no currículo escolar brasileiro é uma discussão que ganhou força ao longo dos anos. Um marco importante nesse processo ocorreu em 2010, quando o Brasil estabeleceu a Estratégia Nacional de Educação Financeira.

Educação financeira na juventude

Esta estratégia foi um passo significativo na teoria, mas dados todos os problemas educacionais brasileiros, na prática, não trouxe um passo significativo em direção à a importância da educação financeira desde a juventude.

Em ações mais recentes, o Ministério da Educação (MEC) firmou uma parceria estratégica com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com o objetivo de oferecer cursos de educação financeira para professores. Essa iniciativa visa capacitar os educadores a transmitir conhecimentos sobre investimentos de maneira eficaz nas escolas.

Após o período de especialização, que teve início em 2021, o Banco Central do Brasil assumiu um papel de destaque na promoção da educação financeira por meio do programa “Aprender Valor”. Este programa tem como missão levar educação financeira aos alunos de todo o país.

De acordo com o mapa de adesão divulgado pelo Banco Central, vários estados já incorporaram o programa “Aprender Valor” em seus cronogramas escolares. Por exemplo, no estado de São Paulo, mais de 1.700 escolas municipais e estaduais já aderiram ao programa, evidenciando o comprometimento em promover uma educação financeira de qualidade desde os primeiros anos.

Essas iniciativas representam um avanço importante na preparação das futuras gerações para um futuro financeiro sólido.

Ao fornecer educação financeira nas escolas, o Brasil está contribuindo para a formação de cidadãos capazes de tomar decisões financeiras informadas, prevenindo o endividamento excessivo e preparando-os para enfrentar os desafios financeiros da vida adulta com confiança e competência.

Prevenção de endividamento excessivo

A educação financeira ajuda os jovens a entender os riscos associados ao endividamento excessivo e como evitá-lo, contribuindo para uma sociedade com menos inadimplência e dívidas descontroladas.

Em fevereiro de 2023, o endividamento das famílias brasileiras atingiu um novo recorde, alcançando a marca de 78,3%. Esses dados alarmantes provêm da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), conduzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Essa estatística reflete a situação financeira desafiadora que muitas famílias brasileiras enfrentam, indicando um aumento significativo no nível de endividamento em comparação a 2021. Essa tendência pode ser influenciada por uma série de fatores econômicos, como taxas de juros, custo de vida e acesso ao crédito.

A elevação do endividamento das famílias é uma preocupação que requer atenção tanto das autoridades quanto dos próprios consumidores. A gestão financeira responsável e o planejamento adequado tornam-se ainda mais cruciais em um cenário de endividamento crescente.

Portanto, é essencial que se promovam esforços contínuos para educar as pessoas sobre como tomar decisões financeiras prudentes e evitar o endividamento excessivo.

Redução das desigualdades financeiras

A educação financeira pode ajudar a reduzir as desigualdades econômicas, ela age como um equalizador, já que fornece a todos, independentemente de sua origem socioeconômica, as ferramentas necessárias para tomar decisões financeiras melhores e mais investimentos.

Contudo matérias básicas, para não dizer triviais antecessoras ao conhecimento de educação financeira são essenciais, como matemática básica e o próprio português, dito isso percebe-se que o Brasil tem muito que avançar sobre o tema.

A implementação da educação financeira nas escolas pode assumir várias formas, desde a introdução de disciplinas específicas de educação financeira até a integração de conceitos financeiros em matérias existentes, como matemática e ciências sociais.

Além disso, programas extracurriculares, workshops e parcerias com instituições financeiras podem enriquecer os investimentos dos alunos.

O Brasil tem avançado na promoção da educação financeira nas escolas nos últimos anos, com a implementação gradual de diretrizes para incluir esse tema no currículo. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados, como a capacitação de professores e a adaptação dos materiais didáticos.

Em resumo, a educação financeira nas escolas desempenha um papel crucial na capacitação das gerações futuras para tomarem investimentos responsáveis e bem informadas, contribuindo para a estabilidade financeira individual e da sociedade como um todo.

Assessor de investimentos e sócio sênior da IHUB Investimentos. Possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro; atuou nos maiores bancos privados do país. Atualmente, é assessor e sócio sênior na IHUB Investimentos, sendo responsável por uma carteira superior a R$ 140 milhões. Sempre traduzindo conhecimento técnico e "difícil" do mercado para facilitar a vida do investidor.
Assessor de investimentos e sócio sênior da IHUB Investimentos. Possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro; atuou nos maiores bancos privados do país. Atualmente, é assessor e sócio sênior na IHUB Investimentos, sendo responsável por uma carteira superior a R$ 140 milhões. Sempre traduzindo conhecimento técnico e "difícil" do mercado para facilitar a vida do investidor.
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