Mercados

‘Efeito Flávio’: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em poucos minutos e dólar encosta em R$ 5,50

09 dez 2025, 11:02 - atualizado em 09 dez 2025, 11:10
queda-ibovespa-ibov
(Imagem: iStock/Lemon_tm)

Poucos minutos após a abertura das negociações nesta terça-feira (9), o Ibovespa (IBOV) perde mais de 2,5 mil pontos com o cenário político no centro das atenções – e da cautela – dos investidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por volta de 10h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 1,79%, aos 155.356,14 pontos, na mínima intradia. Apenas quatro ações das 82 que compõem a carteira teórica do índice operavam em alta.



O dólar à vista também voltou a ganhar força. A divisa norte-americana, considerada um ativo de proteção em tempos de incerteza, saltou para R$ 5,49, há pouco. No mesmo horário, a moeda operava a R$ 5,4958 (+1,38%), na máxima intradia. 



O motivo por trás dessa movimentação é a corrida presidencial. Ontem, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a sua candidatura à Presidência é “irreversível”, em entrevista à Folha de S. Paulo. A declaração foi reafirmada na manhã desta terça-feira.

As novas falas mostraram um recuo à sinalização de que ele poderia desistir da pré-candidatura ao Planalto em troca de apoio político à anistia dos envolvidos nos atos de janeiro de 2023, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Também ontem, o líder do PL no Senado, Rogério Marinho (RN), disse que a candidatura de Flávio “é para valer” e que o PP e o União Brasil terão tempo para “maturar” a candidatura e decidir sobre um eventual apoio ao filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição do ano que vem.

Além disso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, até a semana passada – reafirmou  sua “lealdade” ao ex-presidente e disse que apoiará Flávio na corrida ao Planalto.

“Eu sempre disse que eu ia ser leal ao Bolsonaro, que eu sou grato ao Bolsonaro e eu tenho essa lealdade, é inegociável”, disse Tarcísio a jornalistas em Diadema, acrescentando que esteve com o agora pré-candidato na sexta-feira.

Na avaliação do mercado,  a escolha de Flávio cria uma divisão de forças na direita e “implode’ possíveis alianças entre partidos de direita e de centro nas próximas eleições. Logo, a maior preocupação dos investidores e analistas, por agora, é uma possível reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na pesquisa eleitoral mais recente, o presidente Lula venceria tanto Flávio quanto Tarcísio de Freitas em um eventual segundo turno.

Segundo o Datafolha divulgado no último sábado (6), Lula tem 51% das intenções de voto contra 36% de Flávio — vantagem de 15 pontos — e supera Tarcísio por 47% a 42% — diferença de 5 pontos.

O levantamento foi realizado entre 2 e 4 de dezembro, antes do anúncio da pré-candidatura de Flávio, e contou com a participação de 2.002 pessoas, em entrevistas presenciais em 147 municípios do País. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%.

Flávio e os mercados

Nesta terça, Flávio Bolsonaro também afirmou que já começou a conversar  com agentes do mercado financeiro para convencê-los de que sua candidatura é viável. O senador falou com jornalistas na porta da superintendência da Polícia Federal, onde seu pai Jair Bolsonaro cumpre pena por tentativa de golpe de Estado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Há a preocupação de mais quatro anos de Lula e eles estão cobertos de razão. Não tem possibilidade de o Brasil ficar vivo com mais um governo desse, desgastado, analógico, um governo que persegue oposição e só pensa em aumentar impostos”, disse Flávio.

Na área econômica, ele assegurou que dará continuidade ao que foi feito pelo ex-ministro Paulo Guedes.

Flávio ainda disse que seu pai mostrou-se animado com a repercussão de sua candidatura, após, na sexta, apontar o filho como candidato – o que levou a uma forte reação negativa nos mercados financeiros. Na data, o Ibovespa perdeu mais de 7 mil pontos, registrando a maior queda diária desde fevereiro de 2021.  O dólar à vista disparou mais de 2% e fechou na casa de R$ 5,43. 

Super Quarta em segundo plano

Amanhã (10), os Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos divulgam a última decisão de política monetária de 2025.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a Selic em 15% ao ano. O mercado, porém, espera alguma indicação de início do ciclo de afrouxamento monetário no primeiro trimestre do próximo ano, após dados mais fracos da economia na semana passada.

Na última atualização, com data de referência de última segunda-feira (8), o contrato de Opções de Copom da B3 apontava a chance de 55,9% de o Banco Central (BC) cortar os juros em janeiro – sendo a aposta majoritária em um corte de 0,25 ponto percentual (34,4%).

Já para março, a probabilidade é de 79% de o BC reduzir a Selic. O corte de 0,50 ponto percentual detém a aposta majoritária, com 42,1%.

Nos Estados Unidos, os investidores esperam um novo corte de 0,25 ponto percentual na próxima quarta-feira (10), sendo a terceira redução seguida. A expectativa é também de dissidência entre os diretores sobre a política monetária, assim como nas decisões anteriores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesta manhã, a ferramenta FedWatch, do CME Group, mostra 89,4% de chance de o BC norte-americano reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. Ontem (8), a aposta era de 86,2%. Já a probabilidade de manutenção dos juros caiu de 13,8% para 10,6% hoje.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar