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Efeito Rial? Santander (SANB11) cai 3% e é destaque negativo entre bancões; melhor fugir?

23 jan 2023, 12:16 - atualizado em 23 jan 2023, 12:44
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Ações do Santander recuam nesta segunda-feira (23) e são destaque negativo do setor bancário no pregão (Imagem: REUTERS/Kacper Pempel)

A notícia de que Sergio Rial renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração do Santander Brasil (SANB11) pegou o mercado de surpresa, mas não desagrada analistas.

Na última sexta-feira (20), o banco anunciou em fato relevante que Rial apresentou sua renúncia ao cargo de membro do conselho de administração e de membro dos comitês de assessoramento do conselho que até então integrava.

O Santander informou que Deborah Stern Vieitas, vice-presidente do conselho de administração da instituição, assumirá as funções de Rial até a data da próxima assembleia geral ordinária da companhia, agendada para 28 de abril de 2023.

Na avaliação da XP Investimentos, embora inesperada, a renúncia de Rial é um movimento “coerente” com o momento atual, referindo-se à saída do executivo da diretoria da Americanas (AMER3) diante da descoberta de inconsistências contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões.

A corretora também cita a potencial exposição do Santander à Americanas, que deve entrar em um período de negociação com os seus credores.

Para a Genial Investimentos, a saída de Rial do Santander não deve impactar a gestão da empresa, mas pode levantar dúvidas no mercado sobre o tamanho da dívida da Americanas junto ao banco.

Emanuel Pessoa, advogado especializado em Governança Corporativa e Direito Empresarial, por mais que reconheça o trabalho feito à frente do Santander, diz que Rial “foi tarde”.

De acordo com o advogado, o conflito de interesses era evidente por conta da posição do banco como um dos credores da Americanas.

“Em qualquer hipótese, Rial se tornou um exemplo perfeito e acabado de conflito de interesses em governança corporativa, já que uma dívida bilionária tem impacto real e efetivo em ambas as empresas, sendo insuficiente a sua abstenção”, afirma.

Dia ruim para ações

Apesar da análise relativamente positiva de especialistas, as ações do Santander recuam nesta segunda-feira (23) e são destaque negativo do setor bancário no pregão.

Por volta das 12h10, o banco perdia 3,19%, cotado a R$ 28,23. Na mínima do dia até o momento, chegou a cair 3,63%.

Pesa sobre o ativo o corte de recomendação do Credit Suisse, que rebaixou a recomendação do Santander de “neutro” para “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente à venda), na expectativa de um cenário operacional mais desafiador, além de um valuation pouco atrativo.

De acordo com o o Credit Suisse, o Santander é negociado a 9 vezes P/L (preço sobre lucro) e 1,23 vez P/VP (preço sobre valor patrimonial), “o que não achamos consistente com o cenário de baixa lucratividade”.

O Credit Suisse cortou suas estimativas de lucro líquido em 33% para 2023, a R$ 12,3 bilhões, considerando maiores provisões e menor NII (margem financeira líquida) do mercado.

Em relação aos resultados do quarto trimestre de 2022, analistas esperam mais um conjunto de números fracos, com ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) atingindo 11% devido a NII estável e maiores provisões.

O Credit Suisse cortou o preço-alvo da ação de R$ 35 para R$ 31, o que implica um potencial de valorização limitado de 6%.

Além do Santander, Bradesco (BBDC4) tem recomendação de “underperform” pelo banco suíço. As estimativas de lucro líquido também foram cortadas para a instituição, com analistas passando a prever R$ 23 bilhões em 2023.

Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) continuam sendo as ações de preferência.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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