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El Niño: Entenda o fenômeno climático e os impactos para o agro; inflação no radar?

02 ago 2023, 15:35 - atualizado em 15 ago 2023, 11:56
El Niño
Dessa maneira, meteorologista destaca 5 pontos de atenção para o agro do Brasil com a chegada do El Niño e BBA prevê impactos para dois grãos; entenda (Imagem: Pixabay/Kanenori)

A volta do fenômeno climático El Niño, confirmado pela Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) no começo de junho, acende um alerta para os possíveis impactos no agro.

Por outro lado, o setor já convive com um cenário de alta nos preços das commodities, muito em função de questões como o clima adverso para às safras dos Estados Unidos e o cenário de incerteza no Mar Negro quanto ao escoamentos dos grãos da Ucrânia.

De acordo com especialistas, o principal efeito negativo pode ficar para os preços dos alimentos.

O que é o El Niño?

O El Niño provoca o aquecimento das águas na porção tropical ou equatorial do Pacífico, maior oceano do planeta.

Assim, de acordo com o NOAA, o fenômeno climático provoca uma elevação de 1,2ºC na porção central do Pacífico e de 3ºC e a leste do oceano.

Segundo os modelos da empresa de meteorologia, o El Niño deve ter maior intensidade entre outubro e novembro. Além disso, há probabilidade acima de 95% para o fenômeno permanecer até o fim do ano e acima de 90% para
o trimestre de janeiro a março de 2024.

De forma geral, o fenômeno provoca na maioria das vezes uma elevação no volume de chuvas no Sul do Brasil e tempo mais seco nas regiões Norte e Nordeste do país, com calor acima do normal no Sudeste, Centro-Oeste e oeste da Amazônia.

Impactos no agro

Na avaliação de Desirée Brandt, meteorologista na Nottus, são 5 os principais desafios para o agro com a confirmação do fenômeno.

  • Irregularidades nas chuvas para o Sudeste e Centro-Oeste;
  • Corte precoce nas chuvas no Verão (impacto para safrinha);
  • Chuva abaixo da média no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia);
  • Aumento do risco de tempestades com ventania e granizo no Sul do Brasil, especialmente na Primavera;
  • Maior possibilidade para o surgimento de pragas e doenças nas lavouras.

Dessa maneira, de acordo com a economista Luciana Rabelo, do Itaú BBA, o El Niño deve provocar um efeito de inflação nos alimentos.

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“O fenômeno traz um viés de alta para inflação dos alimentos esse ano, principalmente para hortifrútis, que são mais sensíveis a mudanças climáticas e cuja produção é concentrada na região Sul e Sudeste do país. Em 2023, esperamos que a alimentação no domicílio desacelere para 0,6% (de 13,2% em 2022) influenciada, principalmente, pela queda de preços de commodities agrícolas e pela valorização do real”, diz.

Além disso, para o BBA, o impacto do El Niño tende a ser mais negativo para o milho e misto para soja. Segundo o banco, em metade dos eventos registrados, houve uma queda na produção do milho.

Já para a soja, os dados são menos conclusivos, com recuo na produção apenas nos dois últimos fenômenos registrados, com queda menos intensa do que a observada no milho.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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