AgroTimes

Eleição na Argentina: O que o agronegócio (e o Brasil) podem esperar com Milei ou Massa?

18 nov 2023, 10:00 - atualizado em 17 nov 2023, 10:35
argentina agronegócio eleição
Agronegócio da Argentina vê com bons olhos uma possível eleição de Javier Milei por suas promessas de fim da taxação as exportações (Foto: Reuters/Agustin Marcarian)

Neste domingo (19), os argentinos vão às urnas para decidir entre Sergio Massa, atual ministro da Economia, e o ultraliberal Javier Milei, para escolher o novo presidente da Argentina. 

Os dois candidatos terão a difícil missão de recuperar uma economia extremamente fragilizada e que acumula uma inflação acima dos três dígitos. Até outubro, na semana da eleição, a inflação no país acumula 142,7%.

Enquanto Milei tem a dolarização da economia da Argentina e o fim da relação com o Mercosul como uma de suas principais promessas de campanha, Massa parece significar uma manutenção nas políticas vigentes.

  • Uma ação se beneficia com a onda de calor e pode “esquentar” o bolso dos investidores: Confira qual é a empresa no Giro do Mercado e não perca a oportunidade, é só clicar aqui:

Por outro lado, Leandro Gilio, professor e pesquisador do Centro de Agronegócio Global do Insper, ressalta que o candidato vitorioso deve repensar as políticas intervencionistas no agronegócio.

“As políticas de restringir as exportações (retenciones) e a taxação de exportações têm limitado muito as possibilidades do agro argentino crescer” diz Gilio.

Para ele, na teoria, Milei favoreceria a entrada de produtos brasileiros no mercado. No entanto, o candidato se demonstrou contra as relações com o Brasil e Mercosul, o que traz incertezas. “Já o governo de Massa deve ser menos liberal, apostando com a relação do país com o Brasil e o Mercosul”, explica.

E o agronegócio da Argentina?

Bloomberg recentemente ouviu um produtor rural da região dos Pampas que se demonstra descontente com as taxações ao setor nos últimos anos e disse simpatizar com as políticas de Milei.

O ultraliberal defende a redução de impostos aos exportadores e quer permitir que os produtores vendam suas safras onde quiserem, o que tem feito Milei ganhar apoio em um setor que responde por 20% da economia da Argentina.

Para Leandro Gabiati, doutor em ciência política pela Universidade de Buenos Aires, o agronegócio também funciona como o motor econômico para Argentina, assim como é para o Brasil.

“A Argentina precisa de dólares e eles só virão através dos produtores rurais se houver condições atrativas, incentivos, para que eles insiram dólares na economia. A balança comercial do país depende muito do tamanho da safra, mas o controle da inflação dependerá justamente do novo plano econômico que será definido”, finaliza.

A quebra da safra na Argentina

Em 2022, os argentinos, que respondem pela terceira maior produção de soja do mundo, atrás apenas do Brasil e Estados Unidos, sofreram com uma grande seca que resultou em uma redução de 51,5% na produção da oleaginosa no país.

Dessa forma, a safra 2022/2023 da Argentina ficou em 21 milhões toneladas, menor volume em 20 anos.

Segundo o governo do país, essa quebra deve resultar em uma queda de 3% no Produto Interno Bruto (PIB), que equivale a US$ 20 bilhões (R$ 100,79 bilhões).

Assim, para a safra 2023/2024, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires projeta um avanço de 138% na safra de soja depois da forte seca. Já a safra de milho do terceiro maior exportador do mundo, deve crescer 61%.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
Linkedin
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.