Eleições 2022

Eleições 2022: O que você verá na campanha de Lula e Bolsonaro no horário eleitoral?

15 ago 2022, 8:55 - atualizado em 15 ago 2022, 11:44
Eleições 2022
Presidente Bolsonaro deve reforçar discurso anti-esquerda em campanha (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A campanha eleitoral começa nesta terça-feira (16), sendo a mais curta desde 1994. Os candidatos e seus partidos políticos terão 46 dias para realizar ações na rua e na internet a fim de conquistar votos e ganhar as eleições de 2022.

Enquanto que o horário eleitoral gratuito, com propagandas veiculadas na TV e no rádio, começa 10 dias depois, em 26 de agosto.

Na corrida pela presidência da República, dois candidatos lideram as pesquisas de intenção de voto, o atual ocupante do cargo Jair Bolsonaro (PL), com 32%, e o ex-chefe do Palácio Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 44%, segundo pesquisa da Genial/Quaest.

De acordo com o cientista político e sócio da Tendências Consultoria, Rafael Cortez, a elevada taxa de rejeição de Bolsonaro e Lula, 55% e 44%, respectivamente, será uma peça fundamental na campanha deste ano.

Para o cientista político, os dois candidatos deverão explorar a rejeição do adversário, com Bolsonaro reforçando seu discurso anti-esquerda e Lula surfando no baixo nível de avaliação do governo atual, que é considerado negativo por 43% dos brasileiros, segundo a Genial/Quaest.

Outra estratégia que deverá ser utilizada pela campanha do ex-presidente são sinalizações mais frequentes a setores para além da esquerda, avalia o sócio da Tendências.

Em linha com Cortez, o analista político da Levante Corp, Felipe Berenguer, avalia que ambas as campanhas também deverão explorar o passado do PT, com Lula resgatando a prosperidade dos primeiros governos petistas (2003-2011) e Bolsonaro relembrando os escândalos de corrupção do partido, a prisão do ex-presidente e até a crise econômica do governo Dilma Rousseff.

Esse cenário, segundo Cortez, contribuirá para elevar a radicalização do País, que será traduzida no tom da campanha eleitoral. Apesar do acirramento da polarização, Berenguer descarta um quadro de convulsão social, mas ressalta que as manifestações de 7 de setembro serão o “grande termômetro”.

Lula e Bolsonaro terão quase metade do tempo de TV e rádio

Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha vencido as eleições de 2018 com somente oito segundos no horário eleitoral gratuito, o tempo TV segue sendo um ativo eleitoral estratégico para as campanhas.

Segundo Berenguer, o próprio movimento dos candidatos reforça a tese de que a televisão continua sendo um veículo relevante em ano eleitoral.

“O Lula fechou alianças de última hora com Avante e Pros, por exemplo, que resultaram em mais tempo de TV. Do outro lado, o Bolsonaro buscou um partido com expressão dentro da política brasileira, o PL”, diz.

Ao fim das negociações, o ex-presidente Lula, que tem nove partidos em sua coligação, ficou com o maior tempo de TV entre os candidatos à presidência da República, com 3 minutos e 23 segundos, equivalente a 27% dos 12 minutos e 30 segundos do horário eleitoral.

Com o apoio de PP e Republicanos, o presidente Bolsonaro ficou com o segundo maior tempo, com 2 minutos e 45 segundos, de acordo com estimativas com base na lei eleitoral.

Na avaliação de Rafael Cortez, o tempo de televisão é importante porque permite a produção de conteúdo, que além de ser transmitido nas mídias tradicionais, também será compartilhado na internet.

“Diferente do passado, hoje as peças publicitárias do horário eleitoral ganham vida nas redes sociais, uma vez que elas dialogam, de certa maneira, com as variáveis mais tradicionais”, diz.

Já Felipe Berenguer, da Levante Corp, chama a atenção para outro aspecto do horário eleitoral: as pequenas inserções ao longo do dia.

Segundo o analista político, elas são uma forma interessante de impactar o eleitor, visto que os 12 minutos da propaganda obrigatória pode entediar a audiência. “Nesse aspecto, o Lula deve ter uma vantagem de duas ou três inserções a mais que o Bolsonaro”, diz.

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Repórter
Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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