Eleições 2026: Quais ações ganham com mudança de poder e quais se beneficiam com Lula 4, segundo gestores
Com a proximidade de 2026, o radar do mercado cada vez mais capta os sentimentos em torno das eleições. Há expectativas sobre uma mudança de pêndulo político ou de mais um mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, e isso mexe com as perspectivas para as empresas.
Neste cenário, a Empiricus Research realizou uma pesquisa com 30 gestores de fundos de ações long only (estratégia de fundos de ações que busca capturar o ganho com a valorização das empresas ao longo do tempo), a fim de mapear como os gestores enxergam o impacto das eleições de 2026 sobre o potencial de valorização de empresas listadas na Bolsa.
Ainda que a eleição presidencial vá ocorrer apenas no fim do próximo ano, o tema já circula e influencia discussões sobre política econômica, sensibilidade e possíveis reprecificações de risco.
Com perspectiva de polarização, até então a expectativa gira em torno de um possível governo Lula 4 ou a mudança de rumo com a eleição de um candidato da oposição (centro/direita). Conforme a pesquisa, para cada cenário, há empresas em destaque. Confira quais são.
Quem vence com a mudança de pêndulo político
A pesquisa da Empiricus mostra que a Localiza (RENT3) teria o melhor potencial e valorização em um cenário de alternância de poder, tendo sido mencionada por cinco gestores.
Em seguida, aparecem Banco do Brasil (BBAS3) e Petrobras (PETR4), com quatro e três indicações, respectivamente.

Os analistas da casa observam neste cenário um conjunto relativamente disperso de opiniões, mas com
alguns nomes se destacando com maior convergência entre os gestores.
O resultado, segundo a Empiricus , sugere que parte dos gestores enxerga espaço para revisões nas diretrizes de gestão e no tratamento dado às estatais, com potencial de destravamento de valor caso haja mudanças na condução da política econômica e corporativa.
As empresas que ganham com Lula 4
Do outro lado da moeda, a pesquisa mapeou que, em um cenário onde Lula renova seu mandato, a Suzano (SUZB3) teria o melhor potencial de valorização, com 12 menções por gestores.

Diferente do cenário de mudança no pêndulo político, neste cenário há um padrão maior.
“Essa diferença pode indicar que, na visão dos gestores, a companhia tende a se destacar em um ambiente de continuidade política, possivelmente por combinações de fatores como: menor sensibilidade a políticas domésticas, forte exposição ao dólar, fundamentos operacionais já robustos, entre outros pontos”, avalia a Empiricus, em seu relatório.
Em segundo lugar, o Itaú Unibanco (ITUB4) é mencionado quatro vezes. Para a Empiricus, a presença do banco entre os mais citados sinaliza que, em um cenário de continuidade política, a companhia preserva atributos que historicamente sustentam seu desempenho.
A solidez, eficiência operacional e capacidade de navegar diferentes ciclos macroeconômicos são aspectos que podem levar parte dos gestores a apontar o Itaú como uma das melhores opções de investimento nesse contexto.
“Os demais nomes, com uma ou duas indicações cada, apareceram de forma mais distribuída. Isso sugere que, fora os casos de maior consenso, as percepções dos gestores se dispersam, refletindo diferentes interpretações sobre quais companhias poderiam melhor capturar valor nesse cenário”, diz a casa.