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Eleições: Por que o Ibovespa não está desabando?

19 set 2022, 17:36 - atualizado em 29 set 2022, 2:10
Eleições 2022
Há duas semanas das eleições do primeiro turno, o Ibovespa pode sofrer com solavancos de declarações de candidatos? (Montagem com Reuters/Carla Carniel e Reuters/Adriano Machado)

O Ibovespa, apesar de todos os solavancos, continua seu ímpeto de alta, ignorando, em parte, as eleições presidenciais. Na sessão desta segunda-feira (19), por exemplo, o índice disparou mais de 2%, ultrapassando os 112 mil pontos.

No ano, o índice acumula alta de 7,30%. Há duas semanas das eleições do primeiro turno, o Ibovespa pode sofrer com solavancos de declarações de candidatos?

Segundo analistas ouvidos pelo Money Times, a presidência deverá ficar entre Jair Bolsonaro e Lula. O mercado, praticamente, descarta uma eventual terceira via.

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus, o Ibovespa já precificou as eleições de 2022.

“Como a eleição vem polarizando há algum tempo na candidatura de duas forças opostas, nós tivemos uma antecipação desse debate desde que o Lula foi declarado com elegível”, afirma.

Em 15 de abril de 2021, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Edson Fachin que, ao declarar a incompetência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR), anulou as ações penais contra o ex-presidente.

Desde então, Lula assumiu a dianteira nas pesquisas eleitorais, com Jair Bolsonaro em segundo.

Em relatório, a Guide Investimentos explica que após o início da campanha eleitoral na TV e debates, “vemos pouco espaço para grandes mudanças nas pesquisas”.

“Além disso, os principais candidatos são bem conhecidos. E atualmente há mais pesquisas que em qualquer outro momento no Brasil, o que faz com que a chance de erro/manipulação seja baixa”, completa.

De acordo com Spiess, as eleições estão se tornando um “não evento” à medida que os nomes já são conhecidos pelo mercado.

“Os dois têm se aproximado do centro. Bolsonaro já vem com um discurso mercadológico, tem quatro anos e tem o Paulo Guedes para mostrar isso. E do outro lado, tem um Lula dialogando com o Centro, com Alckmin como vice e com um quadro histórico do PSDB tendo influência na área econômica”, discorre.

Na sessão desta segunda-feira, um apoio formal de Henrique Meirelles, que foi o ministro de Lula no primeiro mandato, animou parte dos investidores, que veem no nome uma aproximação para um possível mandato mais moderado.

“É claro que a retórica eleitoral faz parte do negócio e nós sabemos disso. Portanto, é natural que haja um repique de volatilidade, mas me parece muito bem precificado”, pondera.

Apesar disso, Spiess observa que uma possível contestação de Jair Bolsonaro ao resultado pode trazer certos solavancos.

A preocupação, inclusive, já foi externada por outros tubarões do mercado, como Luis Stuhlberger, da Verde Asset, que teme a vantagem apertada das eleições.

“Eu tenho medo desse cenário 51% a 49%, mas tenho posição na bolsa”, afirmou em evento da XP.

Congresso vs Ibovespa

Daniel Rezende, assessor de investimentos da Messem, escritório ligado à XP, lembra que é preciso ficar de olho para as eleições no Congresso.

“O resultado do primeiro turno irá trazer mais volatilidade porque teremos a certeza do que será o Congresso Nacional nos próximos quatro anos, se ele vai ser mais liberal ou progressista”, comenta.

Em sua visão, um Congresso mais liberal poderia agradar investidores estrangeiros, trazendo mais investimentos para o Brasil, o que, por tabela, satisfaria os mercados.

Além disso, Rezende coloca que o Centrão irá barrar pautas extremistas de qualquer lado.

“A perspectiva é que Lula ou Bolsonaro não leve mais de 25% do Congresso, fazendo com que o Governo tenha que buscar aliança para ter maioria.

Mesmo assim, o assessor diz que a eleição de Lula traz mais volatilidade porque ele é a mudança, com novos ministros,  presidentes e acordos. “Qualquer mudança em qualquer governo traz mais volatilidade”, complementa.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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