Economia

Em discurso à jato, Powell mantém postura de aperto monetário; apostas voltam para 0,75 pp

26 ago 2022, 11:51 - atualizado em 26 ago 2022, 15:40
Jerome Powell
Como já esperado pelo mercado, Powell repetiu que o reajuste da taxa de juros durante a reunião de setembro dependerá dos indicadores econômicos. (Imagem: Kevin Dietsch/Pool via REUTERS)

O evento mais aguardado da semana se resumiu à 10 minutos de discurso de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole. O presidente do Federal Reserve foi direto e repetiu que o foco do banco central americano é puxar a inflação para a meta de 2%.

Ele ainda destacou que restaurar a estabilidade dos preços levará tempo e custará o crescimento da economia americana. “O aperto trará alguma dor para famílias e empresas”, disse.

Como já esperado pelo mercado, Powell repetiu que o reajuste da taxa de juros durante a reunião de setembro dependerá dos indicadores econômicos e que o Fed deve manter sua política restritiva por algum tempo.

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a fala de Powell foi hawkish – quando o banco central mantém as taxas mais altas.

“A autoridade fez questão de sinalizar para a possibilidade de desaceleração, o que, somado à fala hawkish, traz uma perspectiva de que o ciclo se alongue”, afirma o economista. “Sem ser muito incisivo, Powell trouxe referências historicamente hawkish entre os ex-presidentes do Fed, a fim de reafirmar o compromisso da autoridade com a estabilidade de preços.”

Já Fabio Fares, especialista em análise macroeconomia da Quantzed, aponta que os dados melhorado em termos de inflação, de aumento de salário e outros indicadores que estão se estabilizando. Ainda assim, os preços estão muito altos.

“O problema é que o mercado, na antecipação da euforia, já estava prevendo corte de juros no ano que vem. E isso não é real. O banco central americano vai subir juros talvez agora de forma mais devagar de 50 em 50 pontos com mais folga”, destaca.

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Façam suas apostas

Os futuros do Fed funds voltaram a mostrar uma maior probabilidade de uma alta de 0,75 ponto porcentual na reunião de setembro do Fed após a fala de Powell.

Segundo a CME Group, antes do evento, a possibilidade de alta de 0,75 pp era de 44,5%, ante 55,5% de alta de 0,50 pp.

Os números viraram hoje de manhã após um dos indicadores mais importantes de inflação dos Estados Unidos, o chamado índice PCE (índice de preços de consumo pessoal), cair 0,1% em julho.

Antes da divulgação dos dados, a possibilidade de alta de 0,75 pp era de 56,5%, enquanto de 0,50 pp era de 43,5%.

Agora, o 0,75 pp voltou a ganhar adeptos, subindo para 55,5%, enquanto as apostas para 0,50 pp caíram para 44,5%.

Até ontem, as apostas de um reajuste de 0,50 pp eram bem menores, de 36%, contra 64% projetando a alta de 0,75 pp.

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Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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