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Embraer (EMBR3): Ações comemoram isenção de tarifas adicionais com alta de 7%; o que fazer?

31 jul 2025, 12:24 - atualizado em 31 jul 2025, 12:24
eve embraer
Ações da Embraer disparam com isenção de tarifas adicionais (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

As ações da Embraer (EMBR3) tomaram a dianteira do Ibovespa (IBOV) pelo segundo dia consecutivo, em reação positiva à isenção da tarifa adicional de 40% imposta pelos Estados Unidos. Na tarde de ontem (30), o presidente Donald Trump divulgou uma lista de produtos isentos, entre eles aeronaves, peças e componentes de aviação civil. 

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Por volta de 12h05 (horário de Brasília), as ações da fabricante brasileira subiam 5,13%, a R$ 80,15. Na primeira hora de pregão, EMBR3 avançou mais de 7%. Acompanhe o tempo real.



O receio de uma tarifa total de 50% acendeu alerta vermelho do mercado em relação à Embraer. Desde o dia do anúncio até o preço de fechamento de quarta-feira (30), EMBR3 caiu cerca de 17%, precificando uma parte do impacto. Com o alívio causado pelo anúncio da véspera, as ações já acumulam alta de 22% nos últimos cinco dias.

Analistas do Bradesco BBI apontam que a companhia deve estar sujeita apenas às tarifas iniciais — e já esperadas desde abril — de 10%, reduzindo significativamente o risco para a tese.

“Observamos que, embora as aeronaves militares não estejam isentas, a Embraer não possui C-390 ou Super Tucanos em carteira para os EUA e entrar nesse mercado é mais uma opcionalidade do que uma realidade”, ponderam os analistas André Ferreira, do BBI, e Wellington Lourenço, da Ágora Investimentos.

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Os analistas estimam que as tarifas de 10% poderiam impactar o EBIT (lucro antes de juros e impostos) da Embraer em 2025 em cerca de 7%, ou algo próximo de 13% em uma base de 12 meses, devido principalmente aos jatos executivos, cujo impacto será diretamente sobre a Embraer.

“A empresa poderia, por sua vez, aumentar os preços de novas aeronaves, o que beneficiaria as entregas futuras que atualmente não estão em carteira. No caso do segmento de aviação comercial, os clientes são responsáveis pelo pagamento das tarifas, e a Embraer pode fornecer documentação referente ao conteúdo brasileiro, mitigando o quanto é pago. Estimamos que aproximadamente 50% do conteúdo do E175 esteja sujeito às tarifas”, avaliam.

Os analistas mantêm a recomendação de compra para EMBR3, com preço-alvo de R$ 97 para 2025.

Já o Santander destaca que o decreto de Donald Trump, que suspendeu a tarifa para quase 700 produtos, menciona o Acordo sobre Comércio de Aeronaves Civis da Organização Mundial do Comércio e que isso “leva a uma dúvida razoável sobre a permanência das tarifas recíprocas de 10% para aeronaves civis”.

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“Embora a empresa esteja exposta a uma tarifa de 10% sobre as exportações para os EUA, acreditamos que ela ainda está bem posicionada para continuar se beneficiando de sua ‘temporada de colheita’, pois continua apresentando um impulso operacional atraente”, escreveram os analistas Lucas Esteves, Lucas Barbosa e Victor Tani em relatório.

Para eles, o preço das ações deve retornar aos níveis de negociações antes do anúncio das tarifas de 50% sobre o Brasil, em 9 de julho. Desde então, EMBR3 acumula queda de 13% ante baixa de 3% do Ibovespa.

Nas contas do BTG Pactual, o “recuo” de Trump deve poupar a Embraer de um impacto estimado em US$ 311 milhões, o que correspondia a aproximadamente 37% do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização).

“Com isso, o foco volta ao desempenho operacional da Embraer, que deverá reportar um sólido 2T em 05/08, sustentado por entregas, backlog e mix favorável. A tese segue atrativa, com perfil de fluxo de caixa melhorando e valuation ainda razoável.”

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O que esperar do 2T25 da Embraer?

Analistas aguardam as falas de executivos da Embraer em teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2025, que deve ocorrer no dia 5 de agosto.

Além da notícia positiva, o Itaú BBA espera resultados promissores da fabricante, tendo em vista que as entregas de aeronaves mais altas já divulgadas para o trimestre devem impulsionar uma melhora sequencial substancial nos lucros operacionais, com o Ebit atingindo R$ 137 milhões, ou uma margem de 8%, nas contas da casa.

“Além da expansão da margem, também prevemos um fluxo de caixa livre mais forte trimestre a trimestre, refletindo o ritmo de entregas aprimorado. Com as discussões sobre tarifas já superadas, acreditamos que a administração compartilhará uma perspectiva construtiva na teleconferência para novas encomendas em negociação, tanto para o segmento comercial quanto para o setor de defesa”, pondera a equipe de analistas liderada por Daniel Gasparete.

O BBA reiterou sua classificação outperform para a Embraer, equivalente à compra, a recolocando como a principal escolha, agora que o fantasma da tarifa de 50% ficou para trás.

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Apesar da forte alta já registrada, a casa vê um potencial de alta atraente, uma vez que continua abaixo do preço em que era negociada antes do início dessa discussão. Somado a isso está o bom desempenho da carteira de pedidos, a expectativa de um 2T25 positivo e o avanço do voo experimental da Eve.

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Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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