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Embraer (EMBR3): O que explica queda das ações, mesmo com anúncio relevante nos EUA?

13 set 2025, 16:00 - atualizado em 12 set 2025, 14:44
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Ações da Embraer recuaram após anúncio de primeiro pedido de E2 nos Estados Unidos (Imagem: REUTERS/Roosevelt Cassio)

As ações da Embraer (EMBR3) recuaram em reação ao anúncio de que a Avelo Airlines, companhia aérea dos Estados Unidos, encomendou até 100 jatos E195-E2, movimento tido pela fabricante como um “marco”. O desempenho surpreendeu analistas do BTG Pactual.

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A equipe liderada por Fernanda Recchia pontua que este era o último mercado pendente para o E2 e se tratou de um grande pedido, sendo cem E195-E2 no total, divididos entre 50 pedidos firmes e mais 50 opções de compra. O valor ficou em US$ 4,4 bilhões, sem considerar as opções.

Entre todos os cenários que o banco desenhou para o anúncio, o pedido da Avelo estava entre os mais otimistas. A Avelo será a primeira companhia aérea do país a operar a maior aeronave comercial da Embraer.

“Por isso, ficamos surpresos com a reação do mercado. Acreditamos que alguns fatores de trading e ceticismo em relação a Avelo possam explicar essa reação. De toda forma, seguimos otimistas dado o pedido e seu impacto na carteira de pedidos da Embraer”, diz o BTG.

A recomendação do banco para a fabricante brasileira de aeronaves é de compra, com preço-alvo de R$ 104.

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Por que a ação caiu?

Para o BTG Pactual, três fatores ajudam a explicar a reação do mercado. O primeiro consiste no efeito de “buy the rumor, sell the news” (compre o rumor, venda a notícia, em tradução livre), dado o avanço de cerca de 7% da ação desde que o rumor vazou na semana anterior.

A expectativa de um grande anúncio pairou no mercado por alguns dias antes de efetivamente ocorrer.

Somado a isso, o banco vê algum ceticismo quanto à força financeira da Avelo, por ser uma companhia relativamente nova no país e que acabou de passar por um processo de aumento de capital — provavelmente relacionado ao financiamento do pedido, na visão de analistas.

“Consideramos esse ceticismo exagerado, dado o histórico da gestão, ainda que reconheçamos a alta competitividade do mercado norte-americano”, dizem.

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Por fim, estão dúvidas sobre a dinâmica de precificação em um contrato tão grande e inédito. O BTG reconhece que os descontos no preço de lista do E2 são maiores do que os do E1, mas avaliam como natural, considerando a diferença de maturidade entre os modelos.

Na visão da XP Investimentos, dada a intensa cobertura e expectativa que antecedeu o anúncio, embora positivo, pode ter ficado aquém do esperado. Isso porque investidores mais otimistas aguardavam uma isenção tarifária e/ou um investimento relacionado à defesa no C-390.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.