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Empresas de patinete criam estratégia para pegar ladrões no pulo

10 out 2019, 15:17 - atualizado em 10 out 2019, 15:17
“Pelo nosso conhecimento de Paris, cerca de 10% de todos os patinetes elétricos são roubados a cada mês”, disse Matt Turzo, diretor de operações da Wind (Imagem: Anita Pouchard Serra/Bloomberg)

Em um domingo chuvoso de julho em Bruxelas, dois homens se prepararam para carregar uma van alugada com patinetes elétricos roubados. Não perceberam os funcionários da empresa Wind escondidos pela cidade, prontos para pegá-los em flagrante.

No setor de patinetes elétricos, o roubo desses veículos é comum e oneroso, e as substituições custam algumas centenas de dólares cada.

“Pelo nosso conhecimento de Paris, cerca de 10% de todos os patinetes elétricos são roubados a cada mês”, disse Matt Turzo, diretor de operações da Wind, uma operadora com sede em Berlim. “Estimamos que sejam cerca de 1.500 roubos por mês na cidade.”

Turzo e gerentes regionais em Bruxelas concluíram que precisavam ser mais práticos para reduzir esse número.

Em uma manhã, na Avenue Louise, em Bruxelas, um Mercedes-Benz Sprinter estacionou ao lado de oito patinetes da Wind que haviam sido deixados minutos antes. Um por um, os veículos elétricos de duas rodas foram carregados na traseira.

Um funcionário da Wind enviou uma mensagem por WhatsApp para colegas escondidos em outros lugares da cidade.

“Está acontecendo”, dizia.

Cerca de dez minutos depois, o mesmo veículo chegou à Rue de Stassart, perto de Porte de Namur, onde havia outros oito patinetes recém-carregados.

Na rua estreita de prédios abandonados de concreto, os motoristas da van cometeram um erro. Começaram a remover os componentes de GPS antes da fuga.

Normalmente, disse Turzo, a remoção ocorreria quando o motorista estivesse com o pé no acelerador, saindo rapidamente da cidade.

Mas não desta vez. O atraso deu ao funcionário escondido da Wind tempo para ligar para a polícia, em vez de apenas tirar uma foto da placa da van.

A empresa alemã não está sozinha na estratégia de fotografar secretamente roubos e vandalismo organizados para fornecer provas à polícia. A Lime, uma das maiores empresas de aluguel de patinetes elétricos do mundo, fez isso em várias cidades dos EUA, de acordo com uma pessoa a par da prática que não quis ser identificada.

De maneira geral, as startups de patinetes elétricos em todo o mundo estão deixando de usar versões modificadas de modelos vendidos aos consumidores, normalmente fabricados pela Segway-Ninebot ou Xiaomi, e preferindo unidades projetadas que possam ser usadas em superfícies irregulares e por pilotos descuidados. Os novos modelos pesados da Wind, por exemplo, usam armações de metal em vez de plástico e possuem componentes eletrônicos personalizados que os tornam muito mais difíceis de hackear e mais difíceis de revender.

Turzo disse que, com base nas observações da Wind sobre o roubo desses novos veículos, os 1.500 patinetes que ele estima serem roubados todos os meses em Paris “cairiam para cerca de 150”.

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