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Eneva (ENEV3) e Vibra (VBBR3): Por que os acionistas estão ‘batendo cabeça’? As oportunidades e riscos

27 nov 2023, 16:52 - atualizado em 27 nov 2023, 22:52
Eneva Vibra
Eneva e Vibra operam em queda no pregão desta segunda-feira (27) (Imagem: Facebook/ Eneva)

À primeira vista, o mercado não parece totalmente confiante sobre a possível fusão envolvendo as elétricas Eneva e Vibra Energia.

As ações começaram o dia operando misto. Enquanto VBBR3 marcou desvalorização desde a abertura do pregão desta segunda-feira (27), ENEV3 chegou a operar entre ganhos sutis de até 0,92% e perdas de mais de 2%.

De acordo com especialistas de mercado, a junção das companhias parece ser mais vantajosa para Eneva. Isso porque, a proposta do negócio seria por meio de uma troca de ações (50%/50%), ou “merger of equals”.

Contudo, até a última sexta-feira (24), a Vibra tinha um valor de mercado superior ao da Eneva, que estaria avaliada em R$ 20,7 bilhões, enquanto Vibra valia R$ 25,9 bilhões.

Mas, segundo Ruy Hungria, da Empiricus Research, também existe outra questão importante para se atentar: a Eneva passa por um período difícil “e boa parte da capacidade de geração de resultado tem sido comprometida por causa da questão dos despachos”.

Enquanto isso, na visão de Hungria, a Vibra tem um perfil de geração de caixa muito mais previsível e estável. “Talvez, o acionista da Vibra não esteja muito interessado nesse perfil mais arriscado, que é o perfil da Eneva”, disse em entrevista concedida ao programa Giro do Mercado.

Os riscos da fusão entre Eneva e Vibra

O BB Investimentos está em linha e avalia que, quando observados períodos mais longos em Vibra, vê uma consistente geração de caixa, com risco relativamente baixo.

Além disso, a corretora destacou que a empresa investiu recentemente em novos negócios que já trouxeram diversificação nas receitas, como:

  • maior exposição ao mercado de energia, através da Comerc;
  • evolua Etanol, trading de etanol com a Coopersucar;
  • participação na Zeg Biogás para produção de biometano;
  • Brasil Bio Fuels para produção de querosene de afiação sustentável.

“Exceto pela Comerc, esses são negócios de porte menor, mas que podem ser ampliados com novas aquisições e parcerias, de modo a manter a companhia em busca de uma atuação que capture as oportunidades da transição energética”, avaliam em relatório.

Do lado negativo, o BB selecionou:

  • a elevada alavancagem da Eneva;
  • perfil mais agressivo de crescimento da companhia;
  • valuation menos favorável aos minoritários da Vibra;
  • adição de novas capacidades no mercado de gás natural nos próximos anos, dados os projetos em implantação pela Petrobras, como o Rota 3, BM-C-33 e o SEAP — que pode reduzir os custos do mercado de gás e afetar a competitividade dos projetos da Eneva.

Para a corretora, a transação deve ser analisada com cautela pelos acionistas minoritários da Vibra.

Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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