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Eneva (ENEV3) tem prejuízo líquido de R$ 194 mi no 4º tri com impacto não recorrente

23 mar 2023, 20:22 - atualizado em 23 mar 2023, 20:22
Eneva
A Eneva e a PetroReconcavo estavam em negociações com a Petrobras para a compra de ativos do Polo Bahia Terra, mas o processo foi suspenso temporariamente (Imagem: Divulgação/ Eneva)

A Eneva (ENEV3) registrou prejuízo líquido de 193,9 milhões de reais no quarto trimestre de 2022, ante lucro de 489,4 milhões de reais um ano antes, principalmente devido a efeitos não recorrentes de compra de ativos e de ausência de despacho termelétrico no Brasil, disse à Reuters o CFO, Marcelo Habibe.

No ano, o lucro líquido somou 375,8 milhões de reais, uma queda de 68% ante 2021.

O Ebitda da empresa, por sua vez, somou 563 milhões de reais no quarto trimestre, queda de 33,2% ante o mesmo período de 2021. No ano, o Ebitda caiu 3,6%, para 2,1 bilhões de reais.

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A companhia fez três importantes aquisições no ano passado –Focus, Celse e Termofortaleza–, que por outro lado contribuíram com uma receita recorde para o trimestre e também para todo o ano de 2022.

A receita líquida da empresa entre outubro e dezembro chegou a 2,3 bilhões de reais, alta de 37,9% versus um ano antes. Já no ano, a receita alcançou 6,1 bilhões de reais, alta de quase 20% comparada com 2021.

“Essa é uma mensagem muito forte, uma receita recorde em um ano sem despacho para o Brasil, a gente se reinventou, não despachando para o Brasil começamos a despachar para a Argentina”, disse Habibe.

“Fizemos um resultado quase similar exportando para Argentina, do que a gente faria para o mercado brasileiro, só que usando muito menos gás, porque a gente fez para a Argentina por um preço médio muito mais elevado do que venderia ao Brasil.”

Ao longo do ano, os despachos termelétricos da empresa somaram 22%, grande parte relativos à exportação de energia para a Argentina, ante 72% em 2021, quando o país enfrentou grave crise hídrica e que precisou acionar com frequência termelétricas para garantir o abastecimento.

Segundo ele, a queda nos despachos em contraste com o aumento da entrada de caixa mostra que já está acertada a estratégia da companhia em diversificar seu negócio e aumentar a proporção da sua receita fixa, que não depende de condições hidrológicas.

Bahia Terra e outras perspectivas

Sobre a possibilidade de compra de novos ativos, Habibe disse que a companhia está sempre ativamente estudando oportunidades de aquisição no mercado no setor de óleo e gás e de energia, mas nada que possa ser materializado no curto prazo, pois são apenas análises.

A Eneva e a PetroReconcavo estavam em negociações com a Petrobras para a compra de ativos do Polo Bahia Terra, mas o processo foi suspenso temporariamente e está em reavaliação, sob uma nova ótica, segundo disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, nesta quinta-feira.

Questionado sobre o tema, Habibe reiterou que a empresa ainda não recebeu nenhuma notificação formal da Petrobras sobre o tema e que não há insegurança jurídica, porque a venda não havia sido concluída.

“Isso sempre foi claro, desde que não tivesse assinado, ela poderia cancelar, atrasar, desistir, então aqui não tem infração jurídica nenhuma nesse congelamento do processo”, afirmou.

“Dada as últimas declarações do presidente da Petrobras, aquela declaração que ele deu na Bahia, tudo indica que pode ser que eles não sigam com o desinvestimento de Bahia Terra, mas não temos nada ainda oficialmente notificado”, afirmou.

Na semana passada, Prates publicou nas redes sociais que a petroleira irá “incluir no novo Plano Estratégico da companhia o retorno das atividades no Polo Bahia, com a retomada das operações, novos investimentos e o fortalecimento de outras matrizes”.

Em nota na ocasião, a Petrobras afirmou que está trabalhando para retomar até abril a produção do polo, que teve a operação paralisada a pedido da agência reguladora ANP no fim do ano passado, por riscos verificados no ativo.

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reuters@moneytimes.com.br
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