Economia

Entenda como Lula quer contornar o dólar no comércio entre emergentes

13 abr 2023, 9:44 - atualizado em 13 abr 2023, 9:44
Lula
Lula defendeu o uso de uma moeda alternativa ao dólar no comércio internacional entre os países do Brics e até a ampliação do comércio nas próprias moedas. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em uma viagem na China e aproveitou o momento para acompanhar a cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – também conhecido como banco do Brics, formado pelos países BrasilRússiaÍndiaChina e África do Sul.

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Em seu discurso, Lula defendeu o uso de uma moeda alternativa ao dólar no comércio internacional entre os países do bloco e até a ampliação do comércio nas próprias moedas.

“Porque que um banco como o Brics não pode ter uma moeda que pode financiar a relação comercial entre Brasil e China, entre Brasil e outros países do Brics?”, questionou.

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O presidente afirma que isso é difícil porque tem gente mal-acostumada, uma vez que todo mundo depende de uma única moeda.

“Quem decidiu que é era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade? Por que não foi yene? Por que não foi o Real? Por que não foi o peso? Porque as nossas moedas eram fracas, as nossas moedas não têm valor em outros países. Então, se escolheu uma moeda sem levar em conta a necessidade que nós precisamos ter uma moeda que transforme os países em uma situação um pouco mais tranquila.”

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Tchau, dólar?

No fim de março, o Brasil e a China anunciaram que vão criar uma instituição bancária que permitirá que as transações bilaterais entre os dois países não precisem passar pelo dólar.

O anúncio ocorreu durante o Simpósio de Negócios China-Brasil, realizado em Pequim. O evento reuniu mais de 500 empresários de ambos os países, bem como autoridades nacionais.

O novo formato de comércio será viabilizado pela criação de uma Clearing House (Câmara de Compensação) a ser operada, no Brasil, pelo Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês). Como se trata de uma instituição financeira de grande estatura na China, o banco seria capaz de garantir aos empresários brasileiros a conversão imediata dos ganhos em moeda nacional – no caso, o real brasileiro. Isso ocorrerá toda vez que decidirem fechar novos negócios em renminbi (yuan chinês).

Moeda única 

Essa não é a primeira vez que Lula quer acabar com a dominação do dólar no comércio mundial. No início do ano, durante uma viagem à Argentina, foi anunciado que os países estão estudando a criação de uma moeda única.

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A nova moeda seria utilizada apenas em transações comerciais e financeiras entre países do Mercosul.

Os governos ainda vão discutir o necessário para a criação de uma moeda comum, que envolve não apenas questões fiscais, mas também precisa levar em conta o tamanho das economias e o papel dos bancos centrais locais.

A moeda virtual pode ser batizada de “sur” e outros países da região foram convidados para participar do estudo.

A ideia é que a moeda seja inspirada na Unidade Real de Valor (URV), usada durante a transição entre o Cruzeiro Real e o Real. Além disso, ela seria emitida e regulamentada por uma espécie de banco central sul-americano – assim como o Banco Central Europeu, para a Zona do Euro.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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