Economia

Entenda o plano de Campos Neto para acabar com aplicativos de bancos

12 nov 2023, 14:34 - atualizado em 12 nov 2023, 14:34
bancos campos neto
Esta não é a primeira vez que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, fala sobre o fim dos aplicativos bancários. (Imagem: Rafael Ribeiro/BCB)

O presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, disse que os aplicativos de bancos, como os d0 Itaú Bradesco, devem acabar nos próximos dois anos.

“Em até um ano e meio, dois anos, não terá mais app de Bradesco, Itaú. Será um app agregador que, pelo Open Finance, vai dar acesso a todas as contas”, afirmou durante sua participação no MBA Brasil em Chicago.

Campos Neto explicou que o Open Finance, sistema que vai permitir o compartilhamento de informações financeiras, deve mitigar a necessidade de que os usuários tenham aplicativos de diferentes bancos.

Campos Neto projeta superaplicativo do Banco Central

Essa não é a primeira vez que o dirigente do BC fala sobre os dias contados dos aplicativos de bancos que ocupam espaço nos smartphones dos brasileiros.

Em agosto, durante o Fórum de Gestão Empresarial da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Campos Neto apresentou um projeto de “superaplicativo”.

O plano é que a ferramenta, também conhecida como “agregadores financeiros”, traga todas as informações do cliente e ferramentas bancárias que ele tem acesso em um só lugar.

“Você vai ter seu fluxo [financeiro de todos os bancos] consolidado em um instrumento só. Hoje, a gente paga o cartão de crédito, e tem aquele ‘dois de três [parcelas], cinco de oito’, e você não sabe mais quanto que você deve. Você vai apertar um botão [no superapp] e vai ter lá todo o seu fluxo de caixa”, disse o presidente do Banco Central.

O superaplicativo faz parte do projeto de open banking, liderado pelo do Banco Central. A ideia é que os clientes compartilhem os seus dados financeiros com os bancos para conseguir as melhores condições bancárias e de crédito. A tendência é que isso aumente a concorrência entre os bancos e fintechs.

Entre as funções possíveis, estariam, por exemplo, a possibilidade se chegar a taxa de juros que cada banco antes de pagar algo com crédito; escolher de qual banco será retirado dinheiro no caso de uma transferência; conversor de moeda física para moeda digital; e realizar investimentos.

“Se quiser fazer crédito, vai aparecer a taxa de juros que cada banco para aquela operação. Vai poder competir online pela sua operação”, disse.

Segundo Campos Neto, que já defendeu os superaplicativos antes, a expectativa é de que esse tipo de aplicativo esteja disponível até o final de 2024, embora não tenha dado mais detalhes sobre as etapas necessárias para o lançamento.

Open Finance: Em que pé está?

Em outubro, o BC deu início a uma nova fase do Open Finance. Com isso, os usuários passaram a poder compartilhar informações de investimentos em fundos, renda fixa renda variável com as instituições participantes.

Também chamado de Open Investment, a nova fase do Open Finance possibilita que as instituições financeiras ofertem produtos e serviços mais adequados aos seus clientes, facilitando o gerenciamento financeiro.

Desde 2021, o Open Finance, que antes era chamado de Open Banking, passou por outras três etapas junto às instituições financeiras participantes.

  • Fase 1: compartilhamento de dados institucionais entre as instituições financeiras
  • Fase 2: compartilhamento de dados dos clientes entre as instituições financeiras
  • Fase 3: utilização de serviços independente de qual aplicativo das intuições financeiras esteja usando
  • Fase 4: compartilhamento de dados de produtos e serviços dos clientes e das instituições financeiras

Durante este período, foram feitos cerca de 40 milhões de consentimentos para compartilhamento de dados no âmbito do Open Finance, segundo dados do Banco Central.

A última fase ainda contemplará dados sobre câmbio e credenciamento, previstos para 2024.

*Com Lorena Matos e Juliana Caveiro

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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