Entre brincadeiras com o Palmeiras, Galípolo descarta corte nos juros
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, adotou um tom descontraído ao falar de política monetária durante evento promovido pela XP, mas manteve o recado firme: a taxa Selic deve permanecer em 15% ao ano enquanto não houver sinais claros de melhora no cenário inflacionário.
Palmeirense, Galípolo brincou sobre a derrota do time por 1 a 0 na final da Copa Libertadores contra o Flamengo, no último sábado (29).
“Algumas pessoas maldosas, muitas delas do mercado financeiro, mas também do meu gabinete, vão dizer que eu estou rouco por causa de algum evento esportivo que houve no final de semana e que eu possa ter ficado bravo com o juiz que, claramente, podia ter dado uma expulsão e não deu”, brincou o presidente do BC ao iniciar sua fala.
Em seguida, ele reforçou que não há mudanças em relação à sua declaração da última quinta-feira (27), quando afirmou que a política monetária vem surtindo efeito no cenário macroeconômico, mas de forma mais lenta do que o desejado.
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Segundo Galípolo, não há fatores novos que possam alterar a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quarta-feira (10). “A política monetária deve seguir restritiva pelo tempo que for necessário para controlar a inflação”, afirmou.
O presidente do BC também comentou sobre os impactos das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. “Há uma visão predominante de que o ‘tarifaço’ será mais uma mudança no nível de preços do que um processo inflacionário em si”, disse.
Galípolo destacou ainda que o mercado de trabalho brasileiro segue aquecido, o que, segundo ele, reforça a necessidade de uma postura conservadora e cautelosa da autoridade monetária.