Renda Variável

Entrevista: “Apesar de tudo, a Bolsa continua promissora”, diz sócio da Consulenza Investimentos

08 mar 2021, 12:26 - atualizado em 08 mar 2021, 12:38
Luis Gustavo Jorge Politi, sócio de desenvolvimento de negócios da Consulenza, e seu principal executivo
Quem não arrisca…: juros reais de 2% ao ano continuarão levando investidores à Bolsa, diz Politi (Imagem: Divulgação/ Consulenza)

Lançada no primeiro trimestre do ano passado, pouco antes que a pandemia de coronavírus virasse o Brasil pelo avesso, a Consulenza Investimentos é a plataforma com que o grupo italiano Azimut pretende atrair investidores de varejo.

No Brasil desde 2013, a Azimut é mais conhecida pela área de gestão de patrimônio (wealth management). Presente em 18 países, o grupo conta com 60 bilhões de euros sob gestão. Mas a recente popularização do mercado brasileiro de ações, com seus 3 milhões de CPFs cadastrados na B3 (B3SA3), levou o grupo a criar esse novo braço.

“A Consulenza surgiu da iniciativa da diretoria, que já via um cenário de juros cada vez menores”, afirma Luis Gustavo Jorge Politi, sócio de desenvolvimento de negócios da Consulenza, e seu principal executivo. “Os investidores teriam que procurar fora da poupança, se quisessem um retorno melhor.”

Veja os principais trechos da entrevista concedida ao Money Times.

Money Times – Como você viu o mercado em 2020? E quais são suas expectativas para 2021?

Luis Gustavo Jorge Politi – Há um crescimento expressivo do mercado e também da concorrência. Basta ver os 3 milhões de CPFs cadastrados na Bolsa. O mercado continuará crescendo. É verdade que há uma preocupação com a economia.

Espera-se uma inflação mais alta em 2021 e, por tabela, um aumento de juros. Mas esse aumento não será nada grave. Estamos falando de 4,5% a 5% ao ano. O investidor ainda precisará diversificar suas aplicações para obter mais retorno. Em 2020, a poupança fechou com rentabilidade real negativa de 4%.

MT – Veremos novamente um crescimento maciço de CPFs na Bolsa em 2021?

Politi – É difícil dizer. Eu tenho algumas dúvidas no curtíssimo prazo, por causa da corrosão da renda, decorrente da alta da inflação, e de todos os problemas gerados pela pandemia de coronavírus. Eu diria que, no curtíssimo prazo, teremos um crescimento marginal do número de investidores.

MT – E como a Consulenza planeja crescer nesse cenário?

Politi – Somos uma wealth tech com foco em venda de portfólios, de acordo com o perfil de risco e o patrimônio do cliente. Por sermos parte da Azimut, compartilhamos da mesma cultura de wealth management. Vamos aproveitar essa expertise na Consulenza.

Vamos investir muito em tecnologia, porque é um negócio que vai ganhar escala. Além disso, não queremos apenas vender produtos. Queremos vender bons serviços. O cliente não será atendido por um robô; será atendido por pessoas.

MT – Quantos clientes já são atendidos pela Consulenza?

Politi – Temos 740 clientes, com R$ 100 milhões sob gestão. Não temos metas escritas em pedra, mas, para o biênio 2021-2022, podemos pensar em 10 mil contas e de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão sob gestão.

MT – Qual é o tíquete médio do cliente que a Consulenza quer captar?

Politi – Nos fundos líquidos, o investimento mínimo é de R$ 5 mil. Nos fundos de previdência, é de R$ 1 mil. Mas o tíquete médio dos nossos clientes está em R$ 100 mil. Para tíquetes menores, vamos apostar muito na automação de processos para cortar gastos. Além disso, à medida que os resultados aparecerem, teremos mais dinheiro para investir em mais automação, reduzindo ainda mais os custos.

MT – E qual é o ativo mais promissor de 2021?

Politi – Sempre aconselhamos os clientes a nunca apostarem apenas em uma classe de ativos. Sempre apostem num portfólio equilibrado, com várias classes de ativos. Mas, apesar de toda a volatilidade, ainda temos uma visão construtiva da Bolsa.

Mesmo com a alta dos juros, teremos juros reais de 2% ao ano. O câmbio já está muito esticado. Então, não tem muito para onde correr. A Bolsa continua como uma boa oportunidade neste ano.

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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