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Envelhecimento da população da América Latina abre oportunidade para empresas, vê Santander; veja quais

25 out 2025, 18:00 - atualizado em 25 out 2025, 18:00
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(Imagem: Getty Images Pro/Canva Pro)

Estudo do Santander aponta um rápido envelhecimento da população da América Latina. Se por um lado há o alerta sobre os impactos econômicos e de produtividade, por outro, o movimento abre oportunidades para empresas da bolsa de valores — embora outras saíam perdendo.

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O relatório do banco STAR: Is Latin America Getting Old Before Growing Rich? (STAR: A América Latina está envelhecendo antes de enriquecer?, em português) pondera que empresas dos setores de saúde, varejo alimentar e moradia se beneficiam, enquanto os setores de educação, moda, lazer e bebidas são pressionados.

“Em termos de segmentos, a dinâmica do envelhecimento tem implicações significativas para as tendências de consumo, à medida que a demanda por produtos e serviços muda ao longo do tempo”, diz.

De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a América Latina é a região de envelhecimento mais rápida do mundo.

Para que a parcela da população total com mais de 65 anos passe de 10% para 20%, a estimativa é de 29 anos, o que representa menos da metade do tempo levado para que essa mesma transição ocorresse na Europa, onde o processo demográfico durou 56 anos.

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Neste cenário, o estudo destaca o aumento da preocupação com autocuidado e busca de bem-estar, o que é benéfico para nomes como a rede de academias Smart Fit (SMFT3).

Quem ganha e quem perde?

Com base em um estudo de 2023 da McKinsey que analisou dados da China, Alemanha, Japão e Estados Unidos, à medida que as pessoas ultrapassam os 65 anos, os gastos com saúde, alimentação em casa, equipamentos domésticos, moradia e serviços públicos sobem.

Em contrapartida, o movimento oposto ocorre em educação, vestuário e calçados, restaurantes, hotéis, álcool e transporte, enquanto os gastos com serviços de comunicação e atividades recreativas e culturais permanecem relativamente estáveis.

Se os idosos na América Latina se comportarem da mesma forma, o efeito tenderia a ser positivo para supermercados, beneficiando nomes como Assaí (ASAI3), GPA (PCAR3), Grupo Mateus (GMAT3), outros focados na venda de eletrodomésticos, como Magazine Luiza (MGLU3), além de empresas de energia e serviços públicos em geral.

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O Santander aponta efeito negativo para o setor de educação em geral, citando Ânima (ANIM3), Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3), bem como para empresas de vestuário, como Azzas 2154 (AZZA3), C&A (CEAB3), Guararapes (GUAR3) e Lojas Renner (LREN3).

O relatório menciona ainda Ambev (ABEV3), CVC (CVCB3) e Latam do lado negativo.

“Quanto ao segmento imobiliário, esperamos um impacto positivo para as construtoras em geral, refletindo um alto déficit habitacional na região e uma mudança na demanda do mercado imobiliário de imóveis menores para maiores, e vice-versa”, diz o relatório.

Impacto no setor de saúde

No setor da saúde, Santander aponta que o envelhecimento populacional apresenta diversos desafios em termos de aumento da mortalidade e morbidade por doenças crônicas e degenerativas.

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“As lacunas no sistema de saúde na América Latina oferecem amplo espaço para a expansão e consolidação do setor à medida que a população envelhece”, diz o Santander.

Dados de países selecionados da OCDE também mostram que pessoas com mais de 65 anos gastam quatro vezes mais em despesas relacionadas à saúde do que em outros períodos da vida.

Entre as empresas de saúde sob a cobertura do banco que poderiam se beneficiar do envelhecimento da população na América Latina, são destacadas aquelas focadas nos segmentos hospitalares, como Rede D’or (RDOR3); farmacêuticas, como Hypera (HYPE3); farmácias, como RD Saúde (RADL3) e Pague Menos (PGMN3); o segmento de diagnóstico, como Fleury (FLRY3); empresas focadas no tratamento de doenças crônicas, como a Oncoclínicas (ONCO3).

Quanto às empresas verticalizadas, que abrangem tanto hospitais quanto planos de saúde, como no caso da Hapvida (HAPV3), o impacto seria misto, com resultados positivos de maiores taxas de ocupação em hospitais e resultados negativos de maior utilização de planos de saúde e índices de sinistralidade médica.

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“Como o braço de planos de saúde tem uma representatividade maior nos resultados da Hapvida, o impacto líquido para a empresa pode ser negativo”, diz o relatório.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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