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EscolaCripto: o sistema PIX é uma ameaça ao bitcoin?

26 nov 2020, 12:07 - atualizado em 07 maio 2021, 12:33
PIX Pagamentos
Em artigo exclusivo para o Crypto Times, EscolaCripto explica a diferença entre PIX, o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, e o bitcoin, a criptomoeda mais famosa do mundo (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O mundo vive fortes mudanças tecnológicas relacionadas aos meios de pagamentos, impulsionadas pela pandemia da COVID-19, que aumentou a utilização de transações digitais.

Os criptoativos são, sem dúvida, uma das inovações mais emblemáticas deste novo século, e por isso, têm despertado uma atenção cada vez maior dos bancos centrais por todo o globo, pois o controle monetário foi colocado em risco.

O assunto cada vez mais comentado, desde o início do ano, proveniente dos esforços do Banco Central do Brasil (Bacen/BCB) para levar adiante sua agenda de inovações, é o PIX.

Focado nos pilares da inclusão, competitividade, transparência e educação, o sistema de pagamentos PIX promete proporcionar um ganho considerável de eficiência para as transações financeiras.

O novo sistema de pagamentos foi proposto para diminuir os prazos e a burocracia no envio de dinheiro entre contas, permitindo transferências instantâneas e de baixo custo aos usuários.

Além disso, funcionará 24 horas por dia, sete dias por semana, sem horário comercial e, inclusive, nos finais de semana e feriados, com um prazo para finalização da transação de até 10 segundos, ou seja, em tempo real.

Isso reduzirá o uso de cartões de crédito nas compras on-line e, com o tempo, substituirá o sistema tradicional de transferência bancária (popularmente conhecido como DOC/TED).

O custo para dez transações via PIX é de aproximadamente R$ 0,01, enquanto TEDs e DOCs custam de R$ 7 a R$ 20 nos bancos.

Para efetuar transações, são necessárias “chaves”, que podem ser o número de telefone, CPF, e-mail ou uma combinação aleatória de números e letras cadastrada no sistema pelo usuário.

Assim, não é mais necessário digitar os dados bancários do destinatário de uma transferência, e sim colocar a chave PIX, que funcionará como um endereço, para que a transação seja efetuada.

Até agora, aproximadamente 50 milhões de chaves já foram cadastradas. O usuário pode ter o PIX em mais de uma instituição, mas com chaves diferentes (se utilizar o e-mail em uma instituição, não é possível utilizá-lo em outra) e cada conta pode ter até cinco chaves.

Para iniciar um pagamento, o usuário pode criar uma conta com dados pessoais, como número de telefone, e-mail ou CPF, ou gerar um código QR (um código único ou específico para cada operação).

A solução já está em fase de cadastramento para instituições financeiras e fintechs e, em breve, também estará disponível para o comércio eletrônico.

Mas, espera aí! Pagamentos instantâneos, disponíveis 24 horas por dia e a baixo custo? Pois é! Qualquer semelhança com criptoativos não é mera coincidência.

Essa proposta é justamente a consequência de uma corrida contra o tempo e contra o advento das moedas digitais, pois o próprio Roberto Campos Neto, presidente do Bacen, declarou que “o PIX é uma resposta ao bitcoin”.

Contudo, o PIX não elimina a centralização e os intermediários, podendo gerar ainda mais exclusão.

Um dos objetivos desse novo sistema é a eliminação gradual das cédulas de papel, as quais, muitas vezes, são o único meio que algumas pessoas têm para efetuar transações e pagamentos, principalmente as pessoas de baixa renda.

Aqui, a intenção é apresentar os fatos para que você possa chegar à sua própria conclusão. Então, vamos comparar a diferença do PIX para os outros meios de pagamento. 

Mesmo com o advento dos bancos digitais, o brasileiro ainda gasta bastante com tarifas bancárias. De acordo com o Guiabolso, o brasileiro gastou, em média, R$ 915 com tarifas bancárias e anuidade de cartão de crédito só em 2019.

O PIX é um sistema centralizado e que, em algum momento, inevitavelmente, terá sua adesão expandida para a maioria das pessoas, principalmente porque as instituições que possuem mais de 500 mil contas serão obrigadas a aderir a essa opção.

Existem duas questões principais a serem observadas e que precisam estar muito bem-acompanhadas.

Segurança

Com modalidades cada vez mais sofisticadas de crimes na internet, a segurança é uma questão importantíssima a ser analisada com a adoção do PIX.

A natureza centralizada do PIX é um grande atrativo para o ataque de hackers, que podem explorar as vulnerabilidades para efetuar transações falsas.

Nesse quesito, o que chama a atenção é a declaração do ex-diretor do Banco Central, Beny Parnes, que criticou a segurança do novo sistema de pagamentos.

Ele acredita que, embora o PIX seja uma boa ideia, o sistema foi desenvolvido muito rapidamente e sem os devidos testes de segurança, podendo gerar muitas brechas.

Por já ter trabalhado no Banco Central — e saber como o sistema de pagamentos funciona e como as fraudes podem ocorrer —, ele acha que a instituição não conseguirá prover a segurança necessária para o tamanho da demanda pelas transações e afirmou: “eu não vou usar”.

O PIX é extremamente frágil, do ponto de vista da segurança, porque o cadastro é muito simples. Também sabemos que o Brasil não é um país seguro, onde você pode andar na rua tranquilamente com o seu celular.

Privacidade

Como as transações serão feitas através de um único canal, o monitoramento das transações efetuadas por indivíduos e empresas torna-se muito mais simples por parte do governo, aumentando, e muito, seu poder de vigilância.

Nesse ponto, o PIX pode ser vantajoso para o bitcoin pois, além de as pessoas já terem se acostumado com a utilização do QR code para efetuar pagamentos, a sensação de perda de privacidade gerada pelo sistema pode fazer com que essas mesmas pessoas consigam entender as vantagens do BTC e dos criptoativos

Outra questão muito importante a ser analisada é a reversão das transações.

Nesse formato, as transações podem ser revertidas sem que o receptor precise autorizar ou sequer possa questionar. Então, a transação fica à mercê do julgamento e dos critérios ainda não muito claros de um banco ou do Banco Central.

Essa é uma forma totalmente oposta ao conceito do bitcoin e da tecnologia blockchain.

Qualquer ganho de eficiência com a utilização do PIX se contrasta com a fraqueza conceitual da moeda fiduciária, centralizada e sujeita a políticas econômicas desastrosas para a população.

Infelizmente, temos um dos maiores exemplos aqui em terras brasileiras: o nosso querido real desvalorizou mais de 40% em relação ao dólar, tornando-se a moeda que mais se depreciou em 2020.

É isso mesmo: até agora, temos a pior moeda do mundo.

Nas próprias palavras de Campos Neto, o PIX é um caminho na direção de uma moeda digital emitida pelo Bacen (ou seja, uma CBDC) e que seria uma resposta às criptomoedas.

Na visão dele, a viabilização (centralizada) de um meio de pagamento mais eficiente, rápido e barato substituiria a necessidade das pessoas pelos criptoativos.

Sabemos que as propriedades que diferenciam o bitcoin não são apenas as que o conferem maior eficiência de transação, e sim sua escassez, transparência, privacidade e descentralização.

A realidade é que esse novo meio de pagamentos não ameaça em nada o bitcoin, que segue com seus fundamentos cada vez mais fortes e se consolidando como uma moeda de verdade, representante da liberdade, segurança e privacidade.

“São fúteis e cheias de erros as ciências que não nasceram da experimentação, mãe de todo conhecimento”. (Leonardo da Vinci)

Disclaimer: A informação contida aqui é apenas para fins informativos e educativos. Nada aqui deve ser interpretado como aconselhamento jurídico, financeiro ou fiscal. O conteúdo deste artigo é unicamente a opinião do escritor, que não é um consultor financeiro licenciado ou um consultor de investimento registrado. A compra de criptomoedas apresenta um risco considerável. O autor não garante nenhum resultado em particular. Desempenho passado não indica resultados futuros. Todas as informações são destinadas à conscientização pública e são de domínio público. Esta informação não pretende difamar nenhum dos atores envolvidos, mas mostrar o que foi dito através de suas contas de mídia social. Por favor, pegue essa informação e faça sua própria pesquisa.

EscolaCripto oferece uma atmosfera de aprendizado moderno, com a transmissão de conteúdo de pessoas que realmente atuam no mercado para pessoas que realmente querem aprender. Pensando na fragilidade de quem está iniciando nesse mercado, foi criado um centro educador para orientar e compartilhar informações valiosas para que pessoas garantam, através do conhecimento, a segurança de quem inicia neste mercado. O bitcoin, os criptoativos e a tecnologia blockchain são levados a sério!
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