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Especulação chinesa desenfreada: Binance planeja abrir sede em Pequim

11 nov 2019, 10:18 - atualizado em 30 maio 2020, 15:49
Binance planeja retornar ao território chinês após ser banida em 2017 pelo governo chinês (Imagem: NewsBTC)

A exchange cripto Binance, que possui várias filiais ao redor do mundo desde que foi banida na China em 2017, deve retornar ao continente com uma nova sede em Pequim.

Isso se deu após o pronunciamento do presidente Xi, que gerou um frenesi de desenvolvimento de blockchains em toda a China, além da suspeita de que as plataformas de negociação de criptoativos seriam legalizadas novamente no país.

Mas enquanto os traders otimistas se apoiam nos rumores, outros são mais céticos. Estes sugerem que a legalização das negociações em criptoativos seria algo improvável para um país que gosta de ter um controle rigoroso de seu dinheiro.

Como se dará a presença de uma sede da Binance na China? (Imagem: Steemit)

Binance em Pequim

Criada em Shangai, a Binance parou de atuar na China no fim de 2017 quando o país começou a banir as negociações. Então, a exchange migrou para Hong Kong e Japão antes de encontrar um lar para sua sede em Malta.

No entanto, diz-se que a primeira filial em Shangai ainda está na ativa e, de acordo com fontes, vai ser acompanhada de uma nova filial em Pequim.

Um porta-voz da Binance não confirmou nem negou os planos, não fornecendo declaração alguma sobre quais tipos de operações terá a nova filial.

Mas, devido aos recentes acontecimentos políticos da China, o país poderia desenvolver o papel de ajudar a exchange a trabalhar lado a lado com os reguladores chineses.

Em agosto, quando a Binance anunciou Venus, seu projeto de stablecoin, a cofundadora Yi He se referiu ao projeto como uma versão cripto da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), que planeja conectar a China com áreas subdesenvolvidas na Ásia, África e Europa.

Em entrevista à Bloomberg após o anúncio, Yi He disse que a Binance seria um coadjuvante ao governo chinês, pois forneceria aconselhamento de criptomoedas que poderia ajudar o país a acompanhar os outros países na adesão de moedas digitais e desenvolver medidas restritivas para supervisionar a indústria:

“É aqui que está o valor da Binance: ajudá-los a supervisionar, de forma clara, a indústria das cripto e garantir desenvolvimento sustentável e estável”, afirmou ele.

Algumas das recomendações feitas pela Binance ao governo chinês durante o anúncio da Venus já foram postas em prática.

Um exemplo é a demanda do presidente chinês de tornar o blockchain em um “pilar estratégico” do desenvolvimento chinês. De início, a Binance aconselhou que a China devesse “estabelecer a posição estratégica principal da indústria de blockchain e da moeda digital estável no sistema financeiro futuro”.

Os atuais acontecimentos na China dão espaço para que a Binance retorne e não seja banida novamente como em 2017 (Imagem: Shutterstock)

Proibição suspensa?

Em outubro, a Binance lançou um serviço de negociações “peer-to-peer” (de pessoa para pessoa) na China, que permite aos traders fazerem transações de bitcoin, ether e tether entre si, por meio dos aplicativos de pagamentos Alipay e WeChat.

Isso levou a um confronto no Twitter com a Alipay, que tuitou: “se qualquer transação for identificada como sendo relacionada ao bitcoin ou outras moedas virtuais, @Alipay vai imediatamente interromper esses serviços de pagamento”.

Desde então, Changpeng Zhao, CEO da Binance, continuou a demonstrar interesse em trazer o trading em bitcoin de volta à China.

“As previsões de preço são fáceis. Só é difícil estar certo em relação ao timing. Prevemos cerca de US$ 16 mil. 4 milhões de pessoas estão trabalhando nisso nesse momento”, tuitou CZ, no dia 1º de novembro, fazendo alusão à população da China.

Quando uma captura de tela surgiu no dia 30 de outubro, que parecia ser de uma licença de exchange de criptoativos emitida pelo governo chinês, surgiram, no Twitter, muitos rumores de uma possível anulação da proibição de trading de criptoativos.

Uma possível licença para uma exchange de criptoativas chinesa gerou tumulto em relação à liberação de exchanges no país (Imagem: Pixabay)

Mas não demorou muito para que CZ desse as caras para esclarecer a situação.

Ele disse que a suposta licença é apenas uma licença empresarial genérica que contém a frase: “serviços de negociação”, e não representa uma licença de negociação de criptoativos para empresas locais nem sugere que haverá uma legalização de negociações de criptomoedas.

Como sugere Robert Van Aert, consultor de blockchain na China, o país tem poucas razões para liberar as exchanges de criptoativos.

Apesar de a tecnologia de blockchain estar sendo bem-vinda para ajudar no estímulo de inovação e melhorar a vigilância do governo, os criptoativos representam uma ameaça ao controle do yuan pelo governo, e poderia ajudar os cidadãos a escapar do controle restritivo de capital.

“O perigo nessa indústria imatura é a propaganda exagerada das pessoas a respeito de notícias e da criação de esperança infundada entre os investidores”, disse van Aert à Brave New Coin.

“Vimos a depreciação do yuan nos últimos meses, desencadeada pela iniciativa do governo chinês em contrapor as tarifas americanas, permitindo que os cidadãos chineses comprassem bitcoin e aumentando a pressão de valor.”

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