Morning Times

Esqueça a inflação de agosto nos EUA e a Super Quarta; problema já é o que o Fed fará em novembro

13 set 2023, 10:05 - atualizado em 13 set 2023, 10:20
federal reserve fed juros agosto cpi inflação eua fomc super quarta
Pressão: salto da inflação americana em agosto já pressiona decisão do Federal Reserve em novembro (Imagem: REUTERS/Sarah Silbiger)

Esta quarta-feira (13) será de digestão dos dados de inflação dos Estados Unidos. Agora cedo, o Bureau of Labor Statistics (o equivalente americano ao IBGE) divulgou que a inflação para os consumidores subiu 0,6% em agosto. Trata-se de um salto e tanto sobre julho, quando o CPI (Consumer Price Index) avançou 0,2%.

No acumulado de 12 meses, a inflação americana chegou a 3,7%, sinalizando a maior alta em 14 meses. O salto do CPI já era esperado por parte dos analistas nos EUA, já que o vilão é bem conhecido: a disparada de 25% do preço do petróleo desde o final de julho.

É claro que a pressão no bolso dos consumidores americanos pesará na próxima semana, quando o Fomc (o equivalente do Federal Reserve ao Copom do nosso Banco Central) se reunirá para determinar a nova taxa básica de juros da maior economia do mundo. A decisão vai encavalar com a do BC brasileiro, marcando mais uma Super Quarta.

CPI de agosto joga pressão no Fed em novembro

Mas, o mais importante, segundo analistas americanos, é quanto o salto do CPI de agosto pressionará a reunião do Fed em novembro. Se uma nova alta dos juros já é dada como fato consumado no próximo dia 20, o mesmo não se dizia de outro aumento em novembro – e a inflação divulgada hoje apimenta o cenário.

Como se sabe, a possibilidade de o Fed prolongar o ciclo de alta dos juros americanos repercute nos mercados de todo o mundo. Dentro de casa, em Wall Street, os índices futuros do Dow Jones e do S&P travam agora uma briga entre altas e baixas, enquanto os futuros de Nasdaq seguem no vermelho.

O embate reflete o dilema entre um dado já precificado – a forte inflação de agosto – e o cenário incerto que se cria para novembro.

Por aqui, os contratos futuros de Ibovespa seguem no azul, sem se abalar com o dado. Por volta das 9h50, o Ibovespa futuro subia 0,17%, para 119.280 pontos. O dólar também permanece em queda. Ou o mercado brasileiro ainda não atinou para o que vem pela frente, ou aguarda que os americanos decidam quem tem razão (pessimistas ou otimistas) para se posicionar.

O problema é que essa postura reativa, como se sabe, pode trazer grandes prejuízos aos investidores verde-amarelos. Afinal, como todo o mercado sabe, o dinheiro grosso vai para quem sabe se antecipar aos fatos. Nas próximas semanas, a bola de cristal dos investidores deve derreter de tanta consulta.

Veja o comunicado do BLS sobre o CPI de agosto nos EUA:

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
Linkedin
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.