Gordos dividendos: Ação ‘esquecida’ pode chegar a retorno de quase 20%

Quando se fala em dividendos na bolsa, logo se pensa em Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), bancos ou elétricas. Porém, uma ação tem chamado a atenção de analistas.
Trata-se da PagBank (PAGS34), empresa que dispara 45% no ano em meio a boas notícias, como o pagamento de gordos dividendos.
Em teleconferência com analistas, a administração apresentou seu plano estratégico e reforçou a estratégia.
Segundo o BTG, a empresa tem como objetivo gerar receitas além dos pagamentos cada vez mais relevantes nos próximos anos, com destaque para uma forte aceleração do crédito.
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Além disso, comprometeu-se a distribuir R$ 1,4 bilhão em dividendos em 2026, além dos R$ 400 milhões já esperados para o segundo semestre, e mantém um programa de recompra de até R$ 1,1 bilhão.
Tudo somado, seriam R$ 2,9 bilhões, com rendimento de dividendos de 18%, segundo cálculos dos analistas.
As ações já haviam subido 10% na última sessão em meio ao anúncio.
Guidance da PagBank
Para 2029, a PagBank espera alcançar uma carteira de crédito de R$ 25 bilhões.
O número considera os níveis atuais da Selic, a curva de rendimento e também uma maior contribuição de instrumentos de depósito mais baratos em sua futura combinação de financiamento.
Além disso, a administração projeta que uma parcela crescente do lucro bruto venha da divisão bancária e também da expansão do seu principal negócio, os pagamentos.
“Apesar das preocupações de curto prazo sobre o crescimento do TPV (volume de transações), eles projetam que o volume do mercado se expandirá com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de quase 10% nos próximos cinco anos.”
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Nesse aspecto, o BTG não vê mudanças no ambiente competitivo mais racional observado nos últimos anos, quando a guerra das maquininhas deu espaço à consolidação dos negócios.
Nos planos da companhia também está o teste de diferentes produtos de crédito, com expansão mais significativa a partir de então.
Os primeiros que devem ganhar força são o cheque especial e os empréstimos para capital de giro. Para o futuro, a empresa também planeja lançar novos produtos, como financiamento via Pix e crédito consignado privado.
“Embora a administração não tenha fornecido muitos detalhes sobre a economia esperada do portfólio, indicou spreads mais altos, com uma provável inclinação para o crédito ao consumidor em vez de empréstimos para PMEs”, destaca o BTG.
Comprar ou vender?
O BTG lembra que a transição para ir além dos pagamentos e se aprofundar no setor bancário tem sido um grande desafio para empresas de pagamentos em todo o mundo, tornando os riscos de execução elevados.
Porém, a PagBank parece estar no caminho certo.
“Para que a PAGS sustente múltiplos mais altos e atraia uma base de acionistas mais voltada para o longo prazo, precisará demonstrar crescimento além dos pagamentos.”
E apesar de a ação ter subido 75% no acumulado do ano em dólares, ainda está bem atrás da Stone (STNE; 146%).
“Com uma avaliação pouco exigente (6,4x P/L 2026), a combinação de dividendos mais altos, um plano de expansão de crédito mais agressivo e uma projeção de lucros mais forte deve impulsionar ainda mais a ação.”
A recomendação é de compra, com preço-alvo de US$ 14.