Comprar ou vender?

Esta elétrica está pronta para dobrar dividendos em 2023, estima Bradesco

22 fev 2023, 18:19 - atualizado em 23 fev 2023, 10:02
Auren
Dividendos: Está elétrica está pronta para despachar dividendos em 2023 (Imagem: REUTERS/Sergio Perez)

O Bradesco BBI está bem otimista com os papéis da Auren Energia (AURE3), empresa que viu o seu lucro disparar 5.743% no quarto trimestre.

A corretora vê a elétrica pronta para distribuir belos dividendos em 2023, podendo dobrar o dividend yield (retorno de dividendos) de 10% no quarto trimestre de 2022 para 20% no quarto trimestre de 2023.

Francisco Navarrete e Ricardo França, que assinam o relatório, lembram que a Auren anunciou um pagamento de aproximadamente 60% para 2022 (sobre o lucro líquido de R$ 2,7 bilhões), gerando um dividendo de R$ 1,50/ação.

A própria empresa anunciou planos de pagar R$ 1,50/ação em dividendos adicionais no quarto trimestre de 2023, desde que sua situação financeira permita.

“Ao todo, em um período de 12 meses, o dividend yield da Auren atingirá 20% (R$ 3 por ação), o maior em nossa
cobertura, superando a estimativa do BBI de dividendos equivalentes a R$ 2,44 (pagos no 4T22 + 2023)”, discorre.

Segundo o Bradesco, existem dois motivos para manter a recomendação de compra para o papel:

  • o alto potencial de distribuição de dividendos após o acordo das Três Irmãos;
  • menor exposição à queda dos preços da eletricidade, já que no segundo trimestre de 2022 a Auren contratou com sucesso a maior parte de seu portfólio de energia até 2025 antes dos preços caírem;

“Atualmente, vemos a Auren negociando com uma TIR (taxa interna de retorno) real implícita atraente de 9,5% — contra 8,5% da Engie Brasil (EGIE3) e 8% da AES Brasil (AESB3), o que implica espaço para compressão, principalmente porque a Auren provavelmente pode/deve manter uma política de dividendos atraente no longo prazo”, coloca.

E as dívidas da Auren?

Para pagar os dividendos, porém, a empresa precisa estar com as contas em dia. No quarto trimestre, a elétrica terminou o período com uma relação dívida líquida/Ebitda (resultado operacional) de 1,4x.

“Notavelmente, após os dividendos do quarto trimestre (R$ 1,50) e o dividendo esperado do 4T23 (R$ 1,50), e considerando cerca de R$ 2 bilhões em necessidades de capex (investimentos) este ano, a Auren permaneceria desalavancada, com a dívida líquida/Ebitda ajustado do 2023 (incluindo o recebível Três Irmãos) em 1,4x”, diz.

Na visão de Navarrete e França, isso ainda deixa espaço significativo para movimentos de fusões e aquisições ou até mais pagamentos de dividendos.

“Reconhecemos de forma positiva o anúncio de dividendos, pois vemos nossa tese de dividendos se concretizando e apontando favoravelmente para a consistência das orientações da administração”, colocam.

Resultado da Auren

Embora o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) tenha vindo levemente abaixo das expectativas, os resultados operacionais da companhia surpreenderam pelo lado positivo, mesmo com preços mais baixos de energia no período, avalia a XP Investimentos.

Destaque do balanço, o lucro líquido atingiu R$ 2,45 bilhões, mas foi poluído por itens não recorrentes. A linha foi impulsionada pelo impacto líquido bilionário relacionado à disputa em torno da usina hidrelétrica Três Irmãos.

Com Diana Cheng

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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