Bancos

Estrategistas do Goldman veem ‘bear market’ nos EUA até 2023

21 nov 2022, 9:15 - atualizado em 21 nov 2022, 9:15
Goldman Sachs
“As condições que normalmente são consistentes com um piso para a renda variável ainda não foram alcançadas”, escreveram estrategistas como Peter Oppenheimer e Sharon Bell em nota nesta segunda-feira (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid/File Photo)

Investidores de renda variável à espera de um 2023 mais positivo podem se decepcionar, de acordo com estrategistas do Goldman Sachs, segundo os quais o mercado baixista ainda não acabou.

“As condições que normalmente são consistentes com um piso para a renda variável ainda não foram alcançadas”, escreveram estrategistas como Peter Oppenheimer e Sharon Bell em nota nesta segunda-feira.

Segundo eles, a taxa de juros ainda não fez pico e os “valuations” não caíram para refletir a recessão, etapas necessárias antes que qualquer recuperação sustentada do mercado acionário possa acontecer.

Os estrategistas estimam que o S&P 500 terminará 2023 em 4.000 pontos – apenas 0,9% acima do fechamento da sexta-feira – enquanto o índice de referência europeu Stoxx Europe 600 deve encerrar o próximo ano com ganho em torno de 4%, em 450 pontos. Estrategistas do Barclays liderados por Emmanuel Cau têm a mesma meta para o indicador europeu e disseram que o caminho para chegar lá será “complicado”.

Um rali recente impulsionado por dados de inflação mais brandos nos EUA e notícias de flexibilização das restrições da Covid na China levou vários índices acionários globais a níveis técnicos de “bull market”. A forte recuperação desde meados de outubro vem na esteira de um ano tumultuado para os mercados globais, com um ritmo intenso de aumento de juros por bancos centrais para controlar a inflação crescente, o que gerou temores de recessão.

Estrategistas do Goldman disseram que os ganhos não são sustentáveis, porque os índices acionários normalmente não se recuperam em relação às mínimas até que o ritmo de deterioração do crescimento econômico e dos lucros diminua. “O caminho de curto prazo para os mercados acionários provavelmente será volátil e de baixa”, disseram.

A visão ecoa a análise de Michael Wilson, do Morgan Stanley, que reiterou nesta segunda-feira sua previsão de que as bolsas nos EUA terminarão 2023 quase inalteradas em relação ao nível atual e terão um caminho desafiador para chegar lá, o que inclui perdas no primeiro trimestre.

De acordo com sua nota nesta segunda, os clientes de Wilson reagiram contra sua visão de que o S&P 500 vai cair para 3.000 pontos nos primeiros três meses do ano que vem, o que representaria uma baixa de 24% em relação ao fechamento da sexta-feira. “O que ainda está para ser precificado é o risco dos lucros, e é isso que servirá como catalisador para o mercado atingir novas mínimas.”

Enquanto isso, estrategistas do Goldman esperam que as bolsas asiáticas mostrem desempenho positivo no próximo ano: o índice MSCI Asia-Pacific ex-Japan pode encerrar 2023 com alta de 11%, em 550 pontos. A equipe do Citigroup estava mais otimista em relação aos índices acionários chineses nesta segunda, pois a guinada do governo de Pequim em relação à Covid Zero e ao setor imobiliário deve aumentar os lucros.

Com o “bear market” ainda a todo vapor, Oppenheimer e equipe recomendaram foco em empresas de qualidade com balanços sólidos e margens estáveis, bem como aquelas com alto valor e ações de energia e recursos, onde os riscos para os valuations são limitados.

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