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Ethereum (ETH): The Merge pode atrair institucionais, segundo Bank of America

12 set 2022, 16:18 - atualizado em 12 set 2022, 16:36
Ethereum Merge
(Imagem: Unsplash/DrawKit Illustrations)

O The Merge – atualização da rede Ethereum (ETH) – tem previsão para acontecer nesta quarta-feira (14) e deve mudar a forma que a maior rede de contratos inteligentes do mercado é validada.

A atualização consiste na fusão (merge, em inglês) da camada de consenso que utiliza Proof of Stake na rede principal da Ethereum.

Ou seja, o blockchain da Ethereum não necessitará mais de mineradores, uma vez que estes validam redes que utilizam o mesmo algoritmo de consenso do Bitcoin (BTC), o Proof of Work.

Justamente por essa mudança, o Bank of America – um dos maiores bancos dos Estados Unidos – divulgou um relatório nesta sergunda-feira (12) no qual comenta que o The Merge pode levar a uma maior adoção institucional.

O motivo para esse gatilho é baseado principalmente na visão de ESG (tese ambiental, social e governança adotada por empresas e investidores).

Alinhado a essa linha de pensamento, um relatório divulgado pela Think, casa de análise econômica e financeira, diz que a adoção da plataforma pode fazer com que seu ecossistema cresça exponencialmente por impulsionar a disposição das instituições financeiras tradicionais de desenvolver serviços baseados em Ethereum.

Ethereum não é o primeiro blockchain a adotar PoS. Todavia, seu token Ether é o segundo criptoativo depois do Bitcoin com maior valor de mercado.

Bank of América aposta na adoção institucional do Ethereum (ETH) após o The Merge

A mineração, ou algoritmo de consenso chamado Proof of Work (PoW), como o Bitcoin, enfrenta críticas recorrentes por seus aspectos ambientais. O motivo é o gasto energético que uma mineradora precisa usar para manter seu funcionamento.

O Bank of América comenta em seu relatório que muitas instituições e indivíduos não podem investir seu dinheiro em ativos prejudiciais ao meio ambiente.

Além disso, segundo o Bank of America, pode haver grandes oportunidades para instituições financeiras e também para Ether.

De acordo com o BAC, os investidores que estão proibidos de comprar criptomoedas baseadas em PoW vão poder comprar Ether após o The Merge.

Os aspectos ambientais dos criptoativos são uma grande barreira para muitas instituições. Portanto, a remoção do Ethereum de suas necessidades de mineração abre a porta para muitas instituições entrarem no ativo.

De acordo com analistas da BAC, a adoção institucional também pode ser influenciada pela capacidade de “staking” de Ether – recompensa em Ether por validar a rede – e fornecer rendimento de maior qualidade como validador ou por meio de um serviço de staking.

O banco afirmou que, para que um protocolo de seguro descentralizado, como o Nexus Mutual, seja um substituto viável para as seguradoras convencionais, ele precisa gerar retorno sobre suas reservas.

As seguradoras geralmente investem suas reservas em dívida corporativa e governamental. No entanto, pode ser um desafio localizar instrumentos no ecossistema de ativos digitais com características semelhantes de risco e recompensa. A opção mais próxima pode ser apostar no Ethereum, acrescenta o BofA.

O The Merge pode realmente acelerar a adoção do Ethereum (ETH)?

Segundo o Bank of America, é altamente provável que o The Merge ajude a Ethereum a se tornar mais adotável. O fator ESG por trás da mudança traz um grande peso na percepção de institucionais.

O relatório da Think diz que a rede pulou nessa atualização muito por ter este fator ambiental já no planejamento.

“Além da escalabilidade aprimorada, o principal motivo é uma redução drástica no consumo de eletricidade. Ethereum.org afirma uma redução de 99,95% no consumo de eletricidade após a mudança para PoS”, diz o relatório.

Uma importante consequência não técnica dessa grande redução na necessidade de eletricidade é que ela pode tornar o Ethereum mais digerível para formuladores de políticas e reguladores.

Quando o Parlamento Europeu discutiu a entrada do Regulamento de Mercados de Criptoativos da UE no início deste ano, a sustentabilidade era um tópico importante.

“Os formuladores de políticas estão desconfortáveis ​​com o alto uso de eletricidade do mecanismo de consenso PoW. No entanto, o ADA não tem a pegada em termos de aplicativos, como o ETH. Esse pode ser um dos motivos da espera”, diz a casa de análise.

Proof-of-Stake pode ser bom, mas não é perfeito

O relatório da Think dispõe que, além dos riscos de migração, o PoS tem seus próprios desafios.

“Por exemplo, seu código é muito mais complexo que o PoW. Isso pode criar novas vulnerabilidades. Os hackers certamente irão explorar a nova infraestrutura em busca de falhas.”

Outra questão levantada pela Think é que o PoS cria uma nova forma de desigualdade. O consenso em PoW traz uma sensação de que todos podem participar e começar a minerar, mesmo que a dificuldade de rede somada à competição no mercado tornem isso uma mentira para o Bitcoin.

Segundo a Think, a sensação é que, com o PoS, em contraste, os “ricos” podem apostar muito Ethereum e colher a maioria das recompensas de validação, aumentando ainda mais sua riqueza.

“No entanto, a realidade é mais sutil. Os pools de staking de PoS oferecem oportunidades para aqueles com menos Ether de sobra. E, com o PoW, por outro lado, os dias em que um laptop antigo era suficiente para mineração já se foram” diz.

Algumas pessoas se preocupam com o aumento das possibilidades de censura por parte de validadores de PoS. No entanto, em princípio, os mineradores PoW também podem aplicar censura.

Também não é evidente que o PoS levará a um cenário de validadores mais concentrado do que o PoW, onde os mineradores cooperam em pools de mineração há muito tempo.

“No fim das contas, é menos a tecnologia que faz a diferença, mas sim a atitude –e a regulamentação– de quem a usa. De maneira geral, há uma compensação entre a resistência à censura e a aplicação de políticas de combate à lavagem de dinheiro e sanções que são necessárias para tornar a criptomoeda aceitável para os reguladores. No fim, os compromissos precisam ser alcançados aqui”, diz o relatório.

Para eles, o The Merge pode ser o maior evento previsto no mercado de criptomoedas este ano. A atualização em si e suas consequências trazem riscos e serão observadas de perto na comunidade cripto.

“Se bem-sucedida, a atualização removeria um obstáculo importante à aceitabilidade do Ethereum pelos reguladores e, portanto, ao desenvolvimento de serviços baseados em Ethereum por instituições financeiras tradicionais”, finaliza o relatório.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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