EUA: CPI reforça foco do Fed no mercado de trabalho e mantém porta aberta para novos cortes de juros
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, divulgado nesta quinta-feira (24), reforça a leitura de que a inflação subjacente segue “moderadamente — mas não desastrosamente — acima da meta”, segundo o Bank of America (BofA).
Para os especialistas, o resultado é consistente com a ideia de que o Federal Reserve (Fed) deve manter o foco no mercado de trabalho ao definir a trajetória da política monetária.
“Na ausência do relatório de empregos de setembro, um corte nas taxas em outubro parece ser inevitável”, afirmam Aditya Bhave, Meghan Swiber e Stephen Juneau.
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O CPI subiu 0,3% em setembro, ficando abaixo da mediana das expectativas do mercado. O núcleo do índice — que exclui alimentos e energia — avançou 0,2%.
De acordo com os especialistas, o resultado refletiu uma inflação mais pressionada pelas tarifas comerciais, mas compensada pela desaceleração dos aluguéis. Isso manteve a taxa anual praticamente estável em 3%.
O BofA estima que o núcleo do índice de preços de despesas de consumo (PCE, na sigla em inglês) — principal referência do Fed — tenha alta de 0,22% no mês e 2,9% em um ano, com risco de arredondamento para baixo, para 2,8%.
Os economistas também alertam que a paralisação do governo norte-americano pode comprometer a coleta de novos dados econômicos. Sem informações confiáveis sobre inflação e mercado de trabalho, o Fed pode ter dificuldade em calibrar suas próximas decisões.
Em linha, o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, destacou os preços mais fracos do que o esperado em outubro reduzem os riscos inflacionários. O Itaú, inclusive, espera que o núcleo do PCE fique em 0,22%, em linha com o cálculo do BofA.
Diante desse cenário, o banco vê espaço para a continuidade dos cortes de juros do banco central do país nas próximas reuniões.
O BofA, por sua vez, não tem um novo ajuste dos juros em dezembro na projeção, mas também acredita que o Fed estará inclinado a reduzir as taxas se não houver divulgações de dados de emprego.