Biocombustível

EUA dão nova ajuda à cadeia milho-etanol enquanto o Brasil libera nova cota de importação do renovável

18 set 2020, 11:06 - atualizado em 18 set 2020, 11:13
Milho
Produtor americano de milho tem mais uma rodada de ajuda para vender às destilarias de etanol (Imagem:Reuters/Bryan Woolston)

A partir da próxima semana os produtores de milho dos Estados Unidos terão nova ajuda do governo e a venda do cereal às destilarias de etanol, com preços pressionados pela safra nova e demanda por combustíveis ainda achatada, terá um pouco mais de compensação. Enquanto isso, até 12 de dezembro, 187,5 milhões de litros do biocombustível americano poderão entrar no Brasil com taxa zero de imposto de importação.

Sem consumo interno suficiente para absorver a produção, o renovável acaba desembarcado obrigatoriamente no Brasil, praticamente único mercado disponível, e chega concorrendo diretamente com o produto da safra nordestina, recém aberta.

O Brasil liberou aquela cota proporcional ao volume de 750 milhões/l, válido por um ano, e que expirou em 31 de agosto, e agora o governo Trump subsidia em US$ 250 mil por produtor rural, dentro de um novo pacote de US$ 13 bilhões.

O montante será rateado para vários setores, porém o volume maior será destinado aos produtores de milho, tanto pela importância da base produtiva e eleitoral, e aos cotonicultores. Os sojicultores sofreram menos, além do que a demanda chinesa atual amortece os desafios dos meses de pandemia.

O novo resgate à agropecuária, anunciado ontem (17), soma-se aos US$ 28 bilhões distribuídos no começo de junho.

A extensão da cota ao etanol importado, defendida pelo Ministério de Relações Exteriores, foi decidida esperando a contrapartida da abertura de negociações para que a cota brasileira de açúcar naquele mercado seja revista.

É de 150 mil toneladas anuais, seis vezes menor que o correspondente, em litros, liberado de etanol.

Em 31 de agosto de 2019, a então cota livre de impostos ao etanol era de 600 milhões/l, o governo brasileiro deu mais 150 milhões/l, e os Estados Unidos não apresentaram nenhuma agenda para discutir o açúcar.

Desta vez, esperando passar o calor das eleições americanas, com Donald Trump ameaçado, joga-se com perspectiva da reabertura de negociações.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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