Internacional

EUA: Fed só deve ajustar juros quando efeitos das tarifas de Trump estiverem claros, diz ASA

18 jun 2025, 17:42 - atualizado em 18 jun 2025, 20:31
powell trump eua
Fomc mantém juros dos EUA inalterados. (Imagem: REUTERS/Carlos Barria)

O Federal Reserve (Fed) deve manter a taxa de juros inalterada até que os efeitos das tarifas implementadas pelo presidente Donald Trump na economia estejam mais claros, avalia a economista do ASA, Andressa Durão.

“A combinação de expectativas por mais inflação com economia ainda resiliente manterá o Fed em espera até que os efeitos das políticas na economia estejam claros”, diz Durão.

O banco central dos Estados Unidos (EUA) os juros no intervalo de 4,25% a 4,50% nesta quarta-feira (18), como amplamente esperado pelos mercados. Trata-se da quinta reunião seguida em que a taxa está no atual patamar.

A economista do ASA afirma que a autarquia não promoveu mudanças significativas no comunicado. A avaliação ainda aponta que a incerteza “permanece elevada”, apesar de mencionar uma redução na percepção.

Já as novas projeções do Comitê foram consideradas hawkish (agressivas). As autoridades veem o crescimento econômico desacelerando para 1,4% neste ano, o desemprego subindo para 4,5% e a inflação em 3%.

A mediana das novas estimativas indica ainda que juros encerrarão 2025 em 3,9%. Segundo o dot plot, oito diretores esperam que os juros fechem o ano entre 3,75% e 4%, mas sete veem nos atuais 4,25% a 4,5% ao final do ano. Dois projetam a taxa no intervalo de 4% a 4,25% e outros dois entre 3,5% e 3,75%.

Durão destaca que as divergências entre os membros do Comitê refletem a incerteza e apontam para uma divisão. “O Fed parece mais preocupado com a inflação agora, mas está bastante sujeito a mudanças no cenário”.

Apesar disso, a economista diz que o presidente do Fed, Jerome Powell, tentou reduzir o peso dessas estimativas na coletiva de imprensa. Powell enfatizou que ninguém as sustenta com grande convicção e que é possível argumentar a favor das diferentes trajetórias previstas para os juros.

Sobre as tarifas adotadas por Trump, a economista afirma que a persistência e a incerteza quanto aos impactos seguem no radar. “Powell afirmou que o efeito inflacionário pode ser mais persistente do que inicialmente esperado e que pode não ser apenas um choque pontual”, diz.

O presidente do banco central disse, em entrevista, que os efeitos das políticas tarifárias demoram a chegar ao consumidor final, o que dificulta antecipar a reação ideal da política monetária.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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