Internacional

Expansão dos Brics: Manda-chuva da Opep e Argentina são favoritos a integrar formalmente o bloco

22 ago 2023, 12:55 - atualizado em 22 ago 2023, 13:53

Lula Brics
Lula desembarcou ontem em Johanesburgo, onde é sediado o encontro dos Brics. [Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação]

O grupo de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) deve encerrar a cúpula de Joanesburgo com um número maior de afiliados. A cúpula tem o seu primeiro dia de atividades hoje, estendendo-se até quinta-feira.

O interesse de nações em diversas regiões como América do Sul, Caribe, África e Ásia vem sendo sinalizado pela ministra de Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pindor.

Em uma entrevista no início do mês, Pindor avalia que a adesão aos Brics decorre da busca por alternativas em um mundo cada vez mais multipolar.

“Tivemos manifestações formais de interesse de líderes de 23 países para entrar no Brics, além de muitas outras abordagens informais sobre as possibilidades de adesão ao bloco”, revela.

Em entrevista ao canal de notícias chinês CGTN, Ben Joubert, alto representante diplomático da África do Sul na cúpula, confirmou o interesse formal de, ao menos, 20 nações em integrar o bloco. O Brics foi originalmente fundado em 2009 e concentra sobre si 40% da população mundial e 25% da economia.

Produtores da Opep+ estão entre os interessados

Da lista de mais de 20 interessados, destaca-se o interesse de grandes produtores de petróleo pertencentes a Opep, como Emirados Árabes Unidos, Argélia e Arábia Saudita.

Os sauditas, inclusive, participaram do  “Amigos dos Brics” sediado na Cidade do Cabo em junho e possuem o apoio expresso de Rússia e Brasil para se juntar formalmente ao bloco.

A inclusão da Arábia Saudita recebeu a ‘aprovação’ até mesmo daquele que cunhou o nome pela primeira vez, o economista britânico Jim O’Neil.

Oficiais da Argélia, outro grande exportador de petróleos, disseram em julho que submeteram uma solicitação para compor o Brics, além de se tornar um acionista do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). O país norte-africano vê na junção ao bloco uma oportunidade de estreitar relações com a China.

Na América do Sul, os vizinhos Argentina e Bolívia são os principais candidatos a aderir formalmente o bloco, com favoritismo de Buenos Aires.

Confira a agenda de encontros de Lula

Hoje começou a agenda de três dias de encontros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente brasileiro foi a sua rede social hoje para defender a visão do Brics como um bloco independente, em “pé de igualdade com os Estados Unidos e a Europa” no concerto global.

Conforme agenda divulgada pelo Itamaraty, os líderes do bloco participam nesta terça-feira (22) de um fórum empresarial.

Na sequência, há previsão de um retiro, evento que reúne somente chefes de Estado e governo e ministros das Relações Exteriores.

Está também previsto na agenda do presidente encontro com representantes do Congresso Nacional Africano (ANC) e o jantar de boas-vindas aos líderes do Brics oferecido pelo presidente da África do Sul, Cyril Rampahosa.

Amanhã, o presidente comparecerá à reunião de cúpula dos líderes do bloco, que deve ocorrer em duas sessões.

Há previsão do encontro estendido com os países-membro do Brics e cerca de 40 países convidados, em sua maioria chefes de Estado e governo de nações interessadas em ingressar no bloco, vindos da África, da América do Sul, do Caribe e da Ásia.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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