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Facebook enfrenta desafio ao contratar e reter técnicos negros

18 jul 2020, 16:04 - atualizado em 15 jul 2020, 15:06
Facebook
A demografia fica aquém, mesmo com o avanço da empresa em outras áreas, como gênero. As mulheres agora respondem por 24,1% dos profissionais técnicos contra 15% em 2014 (Imagem: Pixabay)

O Facebook não conseguiu aumentar em pelo menos um ponto percentual o número de profissionais negros em cargos técnicos desde que começou a divulgar dados sobre diversidade em 2014.

Funcionários negros agora representam 1,7% das funções técnicas da empresa de redes sociais em relação a 1,5% em 2019 e 1% em 2014, disse o Facebook no relatório de diversidade mais recente.

A demografia fica aquém, mesmo com o avanço da empresa em outras áreas, como gênero. As mulheres agora respondem por 24,1% dos profissionais técnicos contra 15% em 2014.

Não é por falta de tentativa. Maxine Williams, diretora global de diversidade, é uma das líderes mais antigas do setor de tecnologia no cargo e tem apoio do comando do Facebook, conta com forte investimento em análise de tendências, programas de estágio, experimentos de recrutamento e retenção. “Tenho apoio. Tenho recursos”, disse, mas acrescenta que o trabalho é difícil.

Os números do Facebook refletem a falta de diversidade do setor em geral. Mas a empresa também tenta convencer funcionários negros a trabalharem na empresa e permanecerem enquanto o Facebook é criticado por seu impacto na sociedade.

Williams, que recentemente foi promovida para se reportar à diretora de operações Sheryl Sandberg e faz parte da equipe executiva ao lado do CEO Mark Zuckerberg, diz que agora está envolvida não apenas em recrutamento e retenção, mas também em pensar sobre como os produtos do Facebook afetam os direitos civis e a inclusão.

Recentemente, alguns funcionários organizaram uma paralisação virtual para protestar sobre como a empresa se posiciona em relação aos posts de Donald Trump, preocupados com as publicações do presidente dos EUA, que incentivariam a não participação nas eleições de certos grupos e a violência racial.

O debate ganhou maiores proporções. Grupos de defesa, como a NAACP e a Liga Antidifamação, instaram anunciantes a boicotarem o Facebook e o Instagram em julho. No início deste mês, o Facebook publicou os resultados de uma auditoria independente de dois anos sobre direitos civis.

Os avaliadores escreveram que estavam “profundamente preocupados” com a falta de ação da empresa em relação às mensagens de Trump.

“É algo que definitivamente precisamos levar a sério”, disse Williams. “Estamos meio que de olhos abertos sobre onde temos desafios – e as pessoas deveriam estar se estão pensando em vir aqui – mas também estamos de olhos abertos sobre em que somos bons”, que é conectar pessoas a seus entes queridos. Alguns funcionários negros entram no Facebook e têm uma boa experiência; alguns não, e vão em frente para falar publicamente sobre o problema, disse Williams.

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