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Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida reposiciona classe média e aquece setor imobiliário

06 jul 2025, 12:00 - atualizado em 02 jul 2025, 11:35
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Nova Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida promete destravar o crédito habitacional para a classe média e impulsionar o mercado imobiliário. (Imagem: Ubirajara Machado/MDS)

O mercado imobiliário brasileiro ganha novo impulso com a criação da Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida (MCMV). A medida promete reposicionar a classe média como protagonista da próxima onda de crescimento habitacional. Em um cenário de crédito caro e acesso limitado à moradia, a nova faixa surge como uma resposta cirúrgica a um dos principais vazios do mercado atual.

Até então, a classe média brasileira estava sufocada pela alta dos juros e dos preços. Sem se encaixar nas faixas subsidiadas do programa e sem fôlego para acessar o crédito tradicional, ficou sem alternativas viáveis.

Agora, com renda familiar elegível de até R$ 12 mil, teto de imóvel de R$ 500 mil, juros mais competitivos (10% ao ano) e prazo de financiamento de até 35 anos, a Faixa 4 abre um novo horizonte tanto para famílias quanto para incorporadoras e construtoras preparadas para esse momento.

Mas como aproveitar esse fôlego em um mercado ainda pressionado por crédito escasso e juros elevados? A resposta está na gestão inteligente da operação e na adaptação estratégica das empresas ao novo perfil de consumo.

Proteger as vendas em tempos de incerteza: três movimentos essenciais

Em um ambiente onde cada aprovação de crédito conta, proteger as vendas se tornou um exercício estratégico. Três pilares têm se mostrado fundamentais:

1. Represamento e Projeto Resgate: qualificar para conquistar

O foco não está apenas em vender, mas em preparar o cliente para comprar. O Represamento orienta o cliente a movimentar sua renda no banco financiador e acompanha mensalmente o rating e o score, organizando a documentação antecipadamente e aumentando as chances de aprovação do crédito habitacional.

Já o Projeto Resgate atua com clientes inicialmente reprovados ou com crédito condicionado, ajudando-os a melhorar seu score e criando oportunidades reais de retorno. Essa abordagem tem recuperado clientes descartados e transformado frustração em conversão. Em vez de perda, há potencial.

2. Gestão de caixa com antecipação de recebíveis

Com o custo do capital em alta, manter um fluxo de caixa saudável virou sinônimo de sobrevivência. A antecipação de recebíveis por meio de processos digitais e ágeis — como o NATO Digital — e o bom relacionamento com cartórios e prefeituras tornaram-se vantagens competitivas.

A previsibilidade de caixa permite continuar produzindo, investindo e lançando mesmo em um cenário adverso.

3. Mix de produtos inteligente e bem posicionado

O novo consumidor é mais criterioso e tem menor poder de compra. Por isso, ter um mix de produtos alinhado às faixas de renda — especialmente agora com a Faixa 4 — é essencial. Diversificar o portfólio e comunicar com assertividade os diferenciais de cada produto são estratégias que garantem relevância e engajamento com cada público.

Não se trata apenas de lançar mais, mas de lançar certo: no preço adequado, no local estratégico, com o padrão certo e falando a linguagem do cliente.

A nova corrida imobiliária começou

A Faixa 4 representa um reposicionamento estratégico do setor habitacional. Ela oferece uma ponte entre o sonho da casa própria e a realidade da classe média, esquecida pelas políticas públicas recentes.

Para as empresas do setor, oportunidade e responsabilidade caminham juntas. Será necessário adaptar produtos, rever políticas comerciais e, sobretudo, operar com inteligência financeira e foco total na jornada do cliente.

O mercado está pronto para uma nova corrida. A pergunta que fica é: quem vai largar na frente?

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Eduarda Tolentino é sócia e presidente da BRZ Empreendimentos. Ela é especialista em assuntos ligados a empreendedorismo feminino, liderança feminina no setor de construção civil, empreendimentos, construções, moradia, moradia popular, entre outros. Formada em Direito e pós-graduada em Direito Empresarial, Eduarda iniciou sua atuação na BRZ Empreendimentos como coordenadora do departamento jurídico e em 2015 tornou-se sócia e diretora comercial. Desde 2020, é sócia e CEO e em outubro de 2022 tornou-se também presidente do Conselho de Administração da companhia. Mãe de três filhos, atua pela equidade de gênero no mercado da construção civil, mais mulheres em cargos de liderança e, à frente da BRZ, para que mais famílias tenham acesso à moradia.
eduarda.tolentino@moneytimes.com.br
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Eduarda Tolentino é sócia e presidente da BRZ Empreendimentos. Ela é especialista em assuntos ligados a empreendedorismo feminino, liderança feminina no setor de construção civil, empreendimentos, construções, moradia, moradia popular, entre outros. Formada em Direito e pós-graduada em Direito Empresarial, Eduarda iniciou sua atuação na BRZ Empreendimentos como coordenadora do departamento jurídico e em 2015 tornou-se sócia e diretora comercial. Desde 2020, é sócia e CEO e em outubro de 2022 tornou-se também presidente do Conselho de Administração da companhia. Mãe de três filhos, atua pela equidade de gênero no mercado da construção civil, mais mulheres em cargos de liderança e, à frente da BRZ, para que mais famílias tenham acesso à moradia.
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