Internacional

Falta de ração ameaça 300 milhões de galinhas em Hubei

30 jan 2020, 8:52 - atualizado em 30 jan 2020, 8:52
Criação de aves em Lapa (PR)
Os mercados de commodities foram especialmente afetados por temores de que a demanda da China (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

Com o bloqueio da província de Hubei, na China, mais de 300 milhões de galinhas estão à “beira da morte”, segundo a associação de aves da região.

A interrupção do transporte dentro e fora de Hubei “basicamente paralisou” os embarques de rações e matérias-primas necessárias para produzi-las, disse a associação local de aves em cartas às quais a Bloomberg teve acesso. A associação pediu que produtores estaduais entreguem suprimentos com urgência, segundo as cartas.

A maioria das fazendas da província deve ficar sem ração até o fim de semana, segundo outra carta do departamento agrícola da província vista pela Bloomberg. Hubei consome cerca de 1,8 mil toneladas de milho e 1,2 mil toneladas de farelo de soja por dia usadas para ração, e pode sofrer um déficit de 600 mil toneladas desses produtos até o fim do próximo mês, disseram as cartas.

Os escritórios do departamento de agricultura e da associação de aves de Hubei não retornaram ligações com pedidos de comentários.

A Associação de Agricultura Animal da China pediu aos fabricantes de ração do país que forneçam 18 mil toneladas de milho e 12 mil toneladas de farelo de soja a Hubei imediatamente, segundo comunicado publicado no site da associação na quinta-feira.

Várias empresas, como montadoras e varejistas, foram atingidas pela propagação do novo coronavírus na China enquanto o número de mortos aumenta e autoridades globais reforçam as restrições de viagens e o movimento de pessoas para conter a epidemia.

Os mercados de commodities foram especialmente afetados por temores de que a demanda da China, a maior produtora e consumidora de matérias-primas do mundo, diminua e reduza o consumo de uma série de produtos, como soja e petróleo.

A província de Hubei é a sexta maior produtora de aves do país e responde por 5% da produção anual de ovos da China.

bloomberg@moneytimes.com.br