Família Fontana, fundadora da Sadia, contesta fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3); Ativa vê notícia como positiva

A família Fontana, herdeira do fundador da Sadia e detentora de cerca de 3% do capital da BRF (BRFS3), se manifestou publicamente contra os termos da fusão entre a companhia em que são acionistas e a Marfrig (MRFG3).
Segundo Adriano Fontana, a relação de troca proposta — que prevê o pagamento de R$ 2,20 por ação em dividendos e a entrega de 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF — subavalia significativamente os papéis da BRF, implicando um desconto de cerca de 16% em relação ao valor de mercado antes do anúncio.
Para a Ativa Investimentos, a notícia é marginalmente positiva, visto que pode motivar um movimento para melhorar a relação de troca por parte da BRF, negociada na fusão.
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“A mobilização de acionistas minoritários também pode trazer maior pressão por transparência e equilíbrio nas negociações, favorecendo uma solução mais alinhada ao interesse dos acionistas”.
A família argumenta que a operação favorece desproporcionalmente a Marfrig, cuja estrutura de capital é mais alavancada, e vê na proposta um possível abuso de poder por parte do acionista controlador.
A Ativa conta com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 21 para as ações da BRF (potencial de alta de 2,69%).
Sobre o tema, a Marfrig entrou em contato com o Money Times:
A Marfrig esclarece que todos os procedimentos referentes ao processo de fusão com a BRF estão sendo conduzidos com rigor, seguindo a legislação e as melhores práticas do mercado.
As bases da negociação foram respaldadas por uma avaliação independente (Fairness Opinion) emitida pelo Citibank, banco contratado pelo Comitê Independente da BRF. A companhia reafirma seu compromisso com a governança e a transparência em todas as suas operações.