Economia

Fed precisa ser mais agressivo se quiser controlar a inflação; alta de 0,75 pp já é considerada certa

13 set 2022, 11:50 - atualizado em 13 set 2022, 11:50
Jerome Powell
Na semana que vem, o Fed se reúne para discutir o próximo reajuste na taxa de juros e o mercado já descartou a alta de 0,50 ponto percentual. (Imagem: Walsh/Pool via REUTERS/File Photo)

O mercado foi pego de surpresa com a alta no índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês). Em agosto, a inflação americana avançou 0,1%, acumulando alta de 8,3% em 12 meses.

O resultado ficou abaixo do registrado no mês passado (de alta de 8,5%), mas veio acima das projeções que apontavam para uma queda de 0,1% no mensal e acumulado de 8% no anual.

Além disso, o núcleo da inflação – que exclui itens voláteis como alimentos e energia – também não deu trégua: o indicador avançou 0,6% em agosto, ante +0,3% previstos. Na base anual, a alta foi de 6,3%, de +6,1% estimados; em julho, o núcleo teve alta de 5,9%.

Esse número preocupa, porque indica que a inflação persistente é disseminada e que o Federal Reserve precisará tomar uma decisão mais agressiva em relação à política econômica.

“O número de inflação veio acima do esperado, o que fez os mercados reagiram muito mal. A bolsa caiu no momento da decisão e estamos vendo o dólar subir”, afirma Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed.

Reunião da alta

Na semana que vem, o Fed se reúne para discutir o próximo reajuste na taxa de juros e o mercado já descartou a alta de 0,50 ponto percentual. Agora, as apostas estão entre 0,75 pp e até 1 pp.

Mercado passa a encarar alta de 1 pp na taxa de juros pelo Fed na semana que vem

“O Fed já estava em um clima de hawkish [aperto da política monetária] e esta divulgação de dados não fará nada para impedir isso”, aponta Paul Ashworth, economista-chefe para EUA do Capital Economics.

Ainda assim, o mercado está otimista no que se refere ao fim do período de alta inflacionária. De acordo com James Knightley, economista-chefe internacional do ING, o cenário de atividade mais fraco reduzirá o poder de precificação das empresas e que as pressões inflacionárias já estão diminuindo entre as pequenas empresas.

Além disso, a desaceleração do setor imobiliário e melhorias na cadeia produtiva automotiva vão influenciar nos preços.

“Com as perspectivas para o mercado imobiliário se deteriorando, esperamos que os preços das casas caiam nos próximos 6-12 meses, o que ajudará a deprimir os componentes de aluguel, que compõem um terço da cesta de inflação”, afirma Knightley.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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