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Fim da concessão da telefonia fixa da Vivo; relembre a era do telefone de casa

16 dez 2025, 11:55 - atualizado em 17 dez 2025, 14:20
telefônica brasil vivo
(Imagem: Renan Dantas/Money Times)

A Vivo assinou com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) o Termo Único de Autorização, documento que oficializa o fim da atuação da companhia sob o regime de concessão do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC).

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A empresa é personagem da história do telefone fixo no Brasil. Porque, antes de ser Vivo, ela foi Telesp, Telebrás. E, antes de ser móvel, teve a telefonia fixa como parte de sua lista de serviços. 

A Vivo antes de ser celular  

Muito antes de colocar internet no bolso e dados no plano, a empresa ajudou a conectar o país pelo caminho mais lento possível: o cabo.  

No fim dos anos 1990, o Brasil decidiu acelerar o tempo. A privatização do sistema Telebrás transformou a infraestrutura em negócio. A Telesp passou às mãos da espanhola Telefônica e, alguns anos depois, nasceu a Vivo.  

Mas foi a telefonia fixa que levou voz a casas onde o telefone era quase um objeto de status. Linha instalada era conquista, número fixo era patrimônio e mudar de endereço significava, muitas vezes, perder o telefone (e ter que esperar meses por outro). Era preciso até mesmo declarar a posse da linha no Imposto de Renda. 

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Já nos anos 2000, a Vivo virou sinônimo de celular. Enquanto o telefone fixo ainda tocava nas casas, o celular começava a vibrar nos bolsos. A empresa começou a vender a ilusão de onipresença: falar de qualquer lugar, a qualquer hora e sem fio. 

Quando telefonar era um evento  

Houve um tempo em que ligar para alguém não significava “chamar”, mas torcer para a pessoa estar em casa — e poder falar na hora. 

O telefone costumava ficar na sala ou no corredor, às vezes na cozinha entre o café e um papo atravessado, preso a um fio que delimitava até onde a conversa podia ir.  

Não existia “te ligo quando chegar”, porque ninguém sabia exatamente quando alguém chegava. Existia apenas o “ligo quando puder”. Se a linha estivesse ocupada, era isso. Se ninguém atendesse, também. 

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Não havia identificador de chamadas, mensagens, localização, confirmação de leitura. 

Quando o telefone tocava, o som atravessava os cômodos como um chamado antigo. Quem estava em casa sabia: alguém, em algum lugar, havia pensado em você. 

Atender era aceitar o acaso. Quem dispunha de secretária eletrônica, precisava correr para não entrar a gravação e depois ter que rebobinar a fita magnética para ouvi-la. 

Na rua, a comunicação era um exercício de improviso. Orelhões espalhados pelas cidades funcionavam como pontos de esperança.  

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Quem cresceu antes dos anos 2000 lembra da ficha no bolso, do cartão telefônico guardado como item essencial e da fila se formando atrás de quem ficava mais tempo de papo. Ligar era rápido, objetivo, quase urgente. “Estou aqui.” “Vou me atrasar.” “Já cheguei.” Frases curtas, porque o tempo custava dinheiro. 

Coisas que simplesmente não existiam  

Havia impossibilidades que hoje soam absurdas: 

  • Não dava para rastrear onde alguém estava 
  • Não dava para saber se a pessoa ouviu a mensagem 
  • Não dava para mandar localização em tempo real 
  • Não dava para gravar áudios longos, apagar, regravar 
  • Não dava para ligar por vídeo para alguém do outro lado do mundo 

Desaparecer por algumas horas era normal e esperar fazia parte da rotina. O reencontro vinha depois, carregado de histórias que não tinham sido contadas em tempo real. 

O celular mudou tudo — e rápido demais  

Em poucas décadas, o telefone deixou de ser um ponto fixo da casa e virou uma extensão do corpo.  

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Hoje, o celular faz o que o fixo jamais sonhou:  

  • Localiza pessoas em tempo real  
  • Guarda históricos inteiros de conversas  
  • Conecta trabalho, família e amigos no mesmo aparelho 
  • Permite falar, ver, ouvir e escrever simultaneamente  

Falamos enquanto andamos, vemos enquanto falamos, registramos enquanto vivemos. Tudo é possível e imediato. 

O telefone fixo virou redundante. Depois, dispensável. Agora, obsoleto.  

Por que a Vivo está encerrando o serviço  

O acordo firmado pela Vivo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Termo Único de Autorização, encerra oficialmente a sua atuação sob o regime de concessão do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) 

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Na prática, isso significa que a operadora Vivo deixará de ser concessionária pública de telefonia fixa em 31 de dezembro de 2025, passando a atuar integralmente sob o regime privado de autorização.

Segundo a empresa, o serviço de telefone fixo continua, o que muda é uma evolução para serviços mais modernos e focados em conectividade.  

Com a popularização do celular, houve: 

  • queda acentuada no número de linhas fixas  
  • migração total para celular, fibra e internet  
  • custos altos de manutenção de uma infraestrutura pouco usada  

A solução encontrada pela Anatel foi a migração do regime de concessão para o de autorização, que dá mais liberdade às operadoras, em troca de compromissos de investimento em conectividade.  

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A Vivo se comprometeu a investir R$ 4,5 bilhões ao longo de até 20 anos, a partir de 2025. Os recursos serão para: 

  • expansão da rede de fibra óptica 
  • manutenção temporária da telefonia fixa, pois o serviço seguirá ativo até 2028 em cidades onde a Vivo é a única prestadora 
  • ampliação da cobertura móvel 

Hoje, a empresa está presente em todos os estados brasileiros, soma mais de 100 milhões de acessos móveis e fixos, é líder nacional em fibra óptica e avança em serviços digitais, fintechs e streaming. 

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Repórter
Jornalista com pós-graduação em Literatura, Artes e Filosofia. Atua como repórter nos portais de notícias Money Times e Seu Dinheiro, onde também já trabalhou como Analista de SEO.
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