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Fique de olho: As empresas da bolsa que podem ser compradas ou unidas em 2024

25 dez 2023, 15:30 - atualizado em 22 dez 2023, 22:48
Fusões e aquisições
O aumento do volume de M&A deve-se exatamente à percepção de menor risco do Brasil (Imagem: Pixabay)

O mercado de fusões e aquisições deve engatar um bom momento em 2024 em meio aos juros mais comportados e ao crescimento econômico maior, destacam especialistas. Na bolsa, há pelo menos quatro empresas que podem ser compradas ou passarem por uma fusão (lista abaixo).

Para Daniel Wainstein, sócio sênior da Seneca Evercore, uma das maiores consultorias de fusões e aquisições do mercado, o Brasil encerra 2023 com um cenário inesperadamente positivo, “principalmente considerando onde estávamos nas últimas eleições presidenciais e pelo primeiro trimestre do ano, onde encaramos a pior crise de crédito que o país teve nas últimas décadas”.

“No que diz respeito ao ambiente de negócios, em especial Fusões & Aquisições, após um primeiro semestre de pouco volume de M&A, o pior dos últimos dez anos (com exceção do primeiro semestre da Covid), esperamos que o segundo semestre deste ano encerre com algo próximo de US$ 20 bilhões, ou seja, o dobro do volume do primeiro semestre, e acreditamos que no primeiro semestre de 2024 esse número possa chegar ao recorde de US$ 30 bilhões”, destaca.

Para ele, o aumento do volume de M&A deve-se exatamente à percepção de menor risco do Brasil, compromisso com política monetária adequada, controle inflacionário, reformas sendo aprovadas no congresso, PIB crescendo mais do que o esperado, Ibovespa em alta e, até certo ponto, um certo compromisso do governo com aspecto fiscal.

Eneva e Vibra

Apesar de ter negado a primeira proposta, a Eneva (ENEV3) parece que não desistiu de conquistar a Vibra (VBBR3). Segundo o colunista d’O Globo, Lauro Jardim, a empresa prepara nova oferta, que deve ser realizada em janeiro.

Na primeira proposta, a Vibra disse que “os termos de troca propostos para a combinação pretendida pela Eneva não possuem qualquer atratividade para os acionistas da empresa”.

O acordo previa realizar troca de ações que criaria um gigante da transição energética, por uma operação de merger of equals. Nela, ambas receberiam a mesma avaliação de mercado, tendo cada uma a mesma participação na nova companhia combinada.

No próprio documento, a Vibra diz que não fechou totalmente as portas para o negócio: afirmou estar atenta a uma eventual nova manifestação da Eneva, caso seja de seu interesse melhorar os termos apresentados, detalhando elementos necessários para o bom entendimento de uma combinação.

“Se essa for a opção da Eneva, engajaremos os nossos assessores para tratativas em fórum privado típico de potenciais transações desta natureza, cabendo às empresas se manifestarem publicamente no que for requerido pelas leis e regulações as quais as companhias estão sujeitas”, disse.

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Braskem

A venda da participação da Novonor, ex-Odebrecht, de 50,1%, na Braskem (BRKM5) já virou uma novela sem fim. A primeira oferta chegou em junho, quando o fundo árabe Abu Dhabi Adnoc fez proposta não vinculante, no valor de R$ 10,5 bilhões. Depois foi a vez da Unipar (UNIP6) dar um lance, de R$ 10 bilhões somente pelas ações de controle da petroquímica. J&F também mostrou interesse.

Chegou-se a especular que a Petrobras (PETR4) poderia comprar a fatia da ex-Odebrecht. A estatal possui 36,1% do capital total da Braskem e 47% do capital votante da empresa.

Segundo apuração da Reuters, o governo federal avalia que a Petrobras pode aumentar sua participação na Braskem para facilitar uma eventual venda a investidores estrangeiros após o agravamento do caso de afundamento do solo em área onde a petroquímica tem minas em Maceió.

Procurada, a Petrobras reafirmou que está realizando due dilligence na Braskem para eventual exercício de “tag along” ou direito de preferência, na hipótese de alienação das ações detidas pela Novonor na petroquímica, conforme regras previstas no Acordo de Acionistas entre Petrobras e Novonor.

Na reunião ocorrida na semana passada com ministros, parlamentares e autoridades locais, Lula também teria colocado em panos limpos que não haverá recursos do BNDES para empresas brasileiras interessadas na compra da Braskem.

Wilson Sons

Longe dos holofotes de outras empresa que podem ser compradas, a Wilson Sons (PORT3), maior operador de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, se prepara para mudar de controle acionário.

Na noite da última quarta-feira (21), a empresa convocou uma assembleia-geral extraordinária (AGE) para 23 de janeiro de 2024 para propor um plano de não concorrência e retenção de executivos-chave. De acordo com o Bradesco BBI, a notícia pode indicar um acordo iminente de um possível comprador.

“A proposta inesperada pode fazer parte das condições de fechamento do acordo, sugerindo que uma oferta vinculativa e, consequentemente, o anúncio do negócio”, completa.

Na visão dos analistas Victor Mizusaki, Ricardo França e Larissa Monte, a suíça MSC, que controla 19,7% da frota global de navios porta-contêineres, parece ser a candidata favorita para adquirir a Wilson Sons.

Porém, conforme informado pela empresa em 14 de novembro, a Ocean Wilson confirmou que durante o processo competitivo, o acionista controlador recebeu diversas ofertas não vinculantes.

“Em nossa opinião, [as ofertas] podem elevar o preço de aquisição para a faixa superior de R$ 19,9 a R$ 25,6/PORT3 ou um múltiplo de 9x a 11x EV/EBITDA para 2024. Isso pode levar a uma alta de 23% a 58% das ações em relação ao preço de fechamento de ontem”, calculam.

Com Reuters

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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