Fleury (FLRY3) confirma negociações com Rede D’Or, mas ações recuam com rumores sobre Dasa e Alliança
As ações do Fleury (FLRY3) amargam perdas no Ibovespa (IBOV) no pregão desta segunda-feira (20), em reação às negociações com a Rede D’or (RDOR3) e o interesse desta em outros nomes para expandir sua atuação no segmento de medicina diagnóstica.
Ontem, o colunista Lauro Jardim, de O Globo, noticiou o início de negociações entre a Rede D’or e a Alliança, de Nelson Tanure, e a Dasa, após uma suposta suspensão das negociações para compra do laboratório Fleury por discordar do preço pedido.
Em fato relevante desta segunda (20), o Fleury afirmou que não houve suspensão e que as negociações estão correndo, embora ainda sem desfecho.
- CONFIRA: Monte sua estratégia de investimentos ideal em minutos: Acesse o simulador do Money Times e descubra como diversificar sua carteira
Analistas do BTG Pactual avaliam que, antes do fato relevante do Fleury, o mercado poderia interpretar a notícia de outras negociações da Rede D’or como um sinal de menor probabilidade de acordo entre as duas companhias. No entanto, destaca que o comunicado acalmou um pouco os ânimos do mercado.
As ações FLRY3 encerraram a sessão desta segunda-feira (20) com queda de 4,03%, a R$ 14,91, liderando as baixas do principal índice da bolsa brasileira. Acompanhe o tempo real.
Já as ações da Rede D’or registraram alta de 0,69%, cotadas a R$ 41,07.
Na visão da equipe de analistas do BTG, a notícia de negociações da Rede D’or com outros nomes evidencia a força da companhia para explorar alternativas que fomentem a expansão de suas operações.
O banco, no entanto, considera muito improvável que a Dasa — que já negou acordos — se envolva em qualquer transação.
“Quanto à Alliança, trata-se de um ativo vendido pela Pátria para Tanure há pouco mais de dois anos, e não há notícias recentes sobre intenção de desinvestimento desse ativo”, dizem os analistas.
Acordo entre Fleury e Rede D’or vai sair?
Analistas do Citi pontuam que fusões e aquisições geram muitos rumores no mercado, o que impede de tirar grandes conclusões no momento.
“É provável que mais capítulos se sigam, mas não ficaríamos surpresos em ver alguma volatilidade nas ações da Fleury hoje, já que os investidores podem naturalmente presumir uma menor probabilidade de um acordo no curto prazo”, diz o banco.
Sobre Rede D’or, o Citi avalia a ambição de se expandir para o setor de diagnóstico como estratégica para consolidar seu ecossistema líder na cadeia de saúde, embora o mérito de um potencial negócio dependa do valuation e da confiança na execução de sinergias.
Em pesquisa com gestores de portfólio, o BTG mapeou que mais da metade dos investidores considerou provável um acordo entre a Rede D’or e o Fleury dentro de 12 meses, com expectativa de prêmio em torno de 20-30%.
“Nossa visão está alinhada a essas expectativas de consenso, sem alteração após este fluxo de notícias”, dizem os analistas.
A Rede D’or permanece como a principal recomendação do BTG Pactual no setor de saúde, tendo em vista a combinação de potencial de crescimento no negócio hospitalar, melhora de rentabilidade nos segmentos hospitalar e de seguros.
Além disso, o banco pontua diversos catalisadores potenciais, incluindo alta sensibilidade à queda de juros e opcionalidade em fusões e aquisições, em que um possível acordo com o Fleury poderia ser incluído.
