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Fleury: o que os mercados não gostaram no resultado do segundo trimestre

30 jul 2021, 15:04 - atualizado em 30 jul 2021, 15:16
Fleury
De maneira geral, os analistas estão céticos com a companhia (Imagem: Fleury/Youtube)

O Fleury (FLRY3) divulgou os seus números do segundo trimestre na noite da última quinta-feira (30).

Apesar do lucro de R$ 65,5 milhões, uma reversão do desempenho negativo impactado pelas medidas de isolamento social de um ano antes, as ações do laboratório de diagnósticos recuam 2,95%, a R$ 23,35, por volta das 14h24.

De maneira geral, os analistas estão céticos com a companhia. Segundo a XP Investimentos, a surpresa positiva em novos negócios foi ofuscada por margens menores.

A receita da plataforma digital de consultas Saúde ID e de outros negócios atingiu R$ 41 milhões contra R$ 8 milhões em 2020 e R$ 13,9 milhões no primeiro tri, “o que é um ritmo de crescimento bastante expressivo, mas ainda representa uma pequena parcela do resultado da companhia – 4%”.

Por outro lado, destaca, os negócios principais apresentaram um ritmo de crescimento menor em relação ao trimestre anterior.

Além disso, a receita líquida consolidada de R$ 932 milhões ficou abaixo das estimativas em 0,2%.

“O Fleury registrou aumento de custos, como percentual da receita, em comparação ao trimestre anterior (e acima de nossas estimativas) em todos os itens”, lembra.

A XP reiterou recomendação neutra, já que os novos negócios ainda são pequenos “e estamos cautelosos quanto à pressão nas margens”.

O Safra também reafirmou a visão da corretora, ressaltando a pressão das margens da companhia.

Porém, o banco está bastante animado com o potencial do Saúde ID, com um sólido aumento em pacientes únicos e receitas.

“Este é um fator chave para uma potencial reclassificação do estoque em nossa opinião, mesmo que venha ao custo inicial de alguma pressão de margem, já que poderia mudar estruturalmente seu poder de ganhos de longo prazo”, aponta.

A receita líquida ficou 6% acima das estimativas do banco.

“É importante notar que as comparações não são muito significativas neste trimestre devido ao impacto da Covid-19”, diz.

O Safra tem recomendação de compra para as ações do Fleury, com preço-alvo de R$ 38, “já que a ação atualmente é negociada a 18 vezes o preço sobre de lucro de 2021 (16% abaixo de sua média histórica) e o crescimento dos ganhos pode melhorar significativamente a parte de trás do amadurecimento de sua plataforma de saúde”.

Fleury
Segundo o banco, a estratégia de diversificar sua fonte de receita por meio da expansão para outros segmentos, como clínicas de olhos e ortopedia, é positiva (Imagem: Fleury/Divulgação)

A Genial também está otimista com o Fleury, afirmando que a empresa provou sua resiliência do seu modelo de negócios.

“Nesse trimestre, a companhia mostrou para o mercado que a receita advinda dos testes de Covid-19, que impulsionou fortemente a receita no quarto trimestre, teve a menor representatividade desde o início da pandemia e começa a ser substituída por receitas de novas avenidas de negócios e de caráter permanente”, afirma.

Já o BofA acredita que a pressão nas margens brutas para 27,7%, ainda com impacto positivo da devolução de procedimentos eletivos e exames Covid (8,3% da receita bruta), que têm tíquete e margens maiores, foi pior do que o esperado e pode levar a revisão de resultados para 2021.

Ainda segundo o banco, a estratégia de diversificar sua fonte de receita por meio da expansão para outros segmentos, como clínicas de olhos e ortopedia, é positiva, levando a um maior potencial de crescimento e uma reavaliação do desconto sobre a média do setor.

“Mas, ainda vemos o segmento de diagnósticos sob pressão e uma provável maior competição de atores hospitalares internalizando parte de suas operações laboratoriais”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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