FMI vê potencial nas stablecoins, mas destaca 3 riscos para as ‘criptomoedas em dólar’; veja
O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um relatório na noite da última quinta-feira (4) sobre stablecoins, as criptomoedas atreladas a ativos do mundo real, como o dólar americano.
O documento ressalta que, apesar de terem uma capitalização de mercado equivalente a cerca de 10% da do bitcoin (BTC), a maior criptomoeda do mundo, as stablecoins estão ganhando influência devido às conexões com os mercados financeiros tradicionais, decorrentes tanto de sua estrutura quanto de seus possíveis usos.
“As stablecoins têm grande potencial para tornar pagamentos internacionais mais rápidos e baratos para pessoas e empresas”, diz o relatório.
“Mas essa promessa vem acompanhada de riscos — como a substituição de moeda e a perda de controle dos países sobre fluxos de capitais, entre outros”.
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Hoje, a maior parte das transações com stablecoins está relacionada à negociação de criptoativos nativos, pois elas são usadas para liquidações em moedas tradicionais.
No entanto, os fluxos transfronteiriços envolvendo stablecoins também estão crescendo rapidamente.
Na ponta do lápis: o impacto das stablecoins no mercado
De acordo com o relatório, a capitalização de mercado das duas maiores stablecoins triplicou desde 2023, alcançando um total de US$ 260 bilhões. O volume de negociações aumentou 90%, chegando a US$ 23 trilhões em 2024.
A Ásia lidera em volume de atividade, superando a América do Norte. Porém, em relação ao PIB, África, Oriente Médio e América Latina se destacam.
Ainda assim, maior parte dos fluxos vai da América do Norte — onde está a “impressora” do dólar, os Estados Unidos — para outras regiões.
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Entretanto, o valor à vista dos tokens pode cair caso o lastro perca valor ou se houver perda de confiança, gerando corridas e vendas forçadas que afetam os mercados globais.
Outro risco é a substituição da moeda nacional por estrangeira, comum em países com inflação alta. “Por serem digitais e globais, stablecoins podem acelerar esse processo, reduzindo a eficácia da política monetária e a atuação dos Bancos Centrais”, diz o documento.
Além disso, podem alterar fluxos de capitais e taxas de câmbio, contornando controles e aumentando a vulnerabilidade de economias emergentes.
Por fim, a pseudonimidade e baixo custo favorecem usos ilícitos, como lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, ameaçando a integridade financeira sem salvaguardas adequadas.