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Fundo da BlackRock volta a apostar em emergentes de maior risco

02 set 2020, 15:32 - atualizado em 02 set 2020, 15:32
BlackRock Gestoras de Recursos
Sergio Trigo Paz, que ajuda a administrar US$ 1,7 bilhão no BlackRock Strategic Funds – Emerging Markets Flexi Dynamic Bond Fund, disse que comprou dívidas da África Subsaariana e de outros mercados de fronteira (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Um fundo de mercados emergentes da BlackRock que superou 99% dos pares neste ano ao acumular caixa antes da onda vendedora em março está de volta ao mercado com algumas das dívidas mais arriscadas do mundo.

Sergio Trigo Paz, que ajuda a administrar US$ 1,7 bilhão no BlackRock Strategic Funds – Emerging Markets Flexi Dynamic Bond Fund, disse que comprou dívidas da África Subsaariana e de outros mercados de fronteira que se mostraram mais resistentes.

À medida que o risco de uma onda de inadimplência diminui, ativos de países em desenvolvimento se tornam a única opção, disse o investidor que trabalha em Londres.

Ele alerta que a seleção de títulos é mais importante com o aumento da liquidez global. Trigo Paz comprou dívidas dos exportadores de petróleo, como Angola, Gabão, Nigéria, Gana e Costa do Marfim, já que a commodity se recuperou para US$ 40 o barril.

“Não há flexibilização quantitativa disponível, ou muito pouco, então você obtém uma seleção natural nos mercados emergentes”, disse Trigo Paz em entrevista. “O mais apto vai sobreviver, mas a boa notícia é que você será recompensado pelo risco.”

Em média, as posições em dinheiro representaram quase 30% do total durante os primeiros três meses do ano, quando ele alertou para a grande probabilidade de uma recessão global.

No segundo trimestre, apenas 5% estava investido em dinheiro, já que Trigo Paz começou a trocar dólares por moedas da Polônia, Hungria, República Tcheca e Ásia.

Ele até aumentou a exposição aos emissores em renegociação da dívida na América Latina, Equador e Argentina, à medida que os países se aproximavam de acordos de reestruturação.

Essa estratégia retornou 10% neste ano, superando 99% dos pares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Como a pandemia expõe desigualdades em países emergentes, Trigo Paz alerta que o descontentamento social pode se tornar um fator de risco maior para investidores.

“Em alguns países, a resposta à pressão social seria a repressão”, disse Trigo Paz. “Compreender como funciona a reação política à pressão social é a chave para a seleção no futuro.”

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