Sucroenergia

Fundos testam ‘up’ no açúcar ante subsídio indiano menor, mas altas não se sustentam

16 dez 2020, 15:53 - atualizado em 16 dez 2020, 16:04
Cana-de-açúcar Índia
Mesmo menores, subsídios ao açúcar na Índia dão desvantagens aos preços (Imagem: REUTERS/Rajendra Jadhav)

Ao anúncio de subsídios mais magros que o governo da Índia dará aos produtores de açúcar, feito nesta quarta (16), os fundos tentaram dar um ‘up’ nas posições negociadas de Nova York.

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Como as especulações internacionais iam de 8 a 12 mil rúpias por tonelada, baseadas no apetite do setor privado indiano por ajuda maior – e sempre ganhando – as 5,8 mil rúpias divulgadas serviram de motor para o pregão na ICE Futures. Os investidores especulam com oferta menor do que seria com subsídios mais altos.

Mas não deve alterar muito o quadro de um período superavitário a frente. Mesmo com auxílio menor, ainda segue sendo auxílio para escoar 6 milhões de toneladas e aliviar os estoques.

“Tende a ficar (as cotações) do jeito que está e voltar a cair”, reafirma Maurício Muruci, da Safras & Mercado, que na edição de ontem de Money Times apontou os fundamentos de baixa, que só seriam ampliados pelos subsídios.

Os contratos mais negociados ficaram comprados em altas de 28 pontos/1,76% (março) e 22 pontos/1,72% (maio), respectivamente em 14.49 centavos por libra-peso e 13.85 c/lp.      .

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No total, foram 35 bilhões de rúpias, pouco mais de US$ 475 milhões, ante um previsão de produção total da 33 milhões de toneladas.

O país, em dois meses de safra, já produziu 107% a mais da commodity que no mesmo período de 2019.

Junto com a produção tailandesa (terceiro maior produtor e exportador), que não vai ser menor como se especulava, e um novo ano com expectativas ainda inseguras quanto ao ganho do etanol no Brasil – portanto, com chances de a produção de açúcar continuar bem mais elevada -, praticamente se garante superávit global do adoçante.

Há uma corrente no mercado que enxerga produção menor de cana no Brasil na safra 21/22, devido à seca recente, queda que corresponderia também a uma oferta menor de açúcar.

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Mas tanto quanto o menor volume de cana ainda está cercado de interrogação, não necessariamente se reduz o mix proporcionalmente.

Se o dólar compensar como ocorreu este ano, pode-se sacrificar o etanol, por exemplo.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.