ImóvelTimes

Fusão com brMalls (BRML3) criará empresa mais forte para enfrentar a crise, diz diretora da Aliansce (ALSO3)

13 jun 2022, 14:54 - atualizado em 16 jun 2022, 9:49
Shoppings ALSO3
Empresa que surgirá da fusão Aliansce-brMalls deve nascer fortalecida, disse diretora de RI da Aliansce (Imagem: Divulgação/Aliansce Sonae)

A empresa que surgirá da combinação de negócios entre Aliansce Sonae (ALSO3) e brMalls (BRML3) terá mais força para enfrentar os momentos de crise, afirmou Daniella Guanabara, diretora de estratégia e relações com investidores da Aliansce, em entrevista para o Money Times.

Questionada sobre os riscos que a fusão pode trazer para os negócios, dado o aumento da complexidade das operações e o porte da empresa combinada, a diretora de RI destacou que a experiência de mercado de ambas as companhias deve prepará-las para as mudanças bruscas do cenário macroeconômico brasileiro.

“Estamos no mercado de shoppings há muitos anos, tanto a brMalls quanto a Aliansce. Já passamos por outras crises”, disse Guanabara.

A executiva ainda lembrou que os shoppings estão em forte ritmo de recuperação, tanto do ponto de vista de vendas quanto de aluguéis, após enfrentar a “maior crise do setor”, quando a pandemia do coronavírus obrigou que os estabelecimentos fechassem as portas por alguns meses.

Segundo Guanabara, quando há a junção de duas empresas do porte da brMalls e da Aliansce e em trajetória de recuperação, a empresa combinada deve nascer, na verdade, fortalecida.

“A empresa combinada fica maior, fica mais forte para enfrentar essa crise”, comentou.

Gigante do setor

Após aprovação em assembleias, a proposta de fusão será avaliada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Analistas do mercado e até mesmo as companhias envolvidas na transação estão certos de que haverá a necessidade de desinvestimentos, visto que a combinação de negócios criará a maior operadora de shopping centers do Brasil, avaliada em R$ 12 bilhões e com um portfólio formado por 69 ativos que agregam cerca de 13 mil lojas.

Guanabara ressaltou, no entanto, que os portfólios da Aliansce e da brMalls têm pouca sobreposição e, provavelmente, o órgão antitruste deve pedir que as empresas se desfaçam de poucos ativos, com baixo resultado na companhia consolidada.

“Estamos falando de três ou quatro cidades onde podemos ter que vender um shopping. É pouco, perto da companhia consolidada”, afirmou a executiva.

Além disso, ela destacou que o mercado de shoppings no Brasil ainda é bastante pulverizado.

Na hora de somar o portfólio da Aliansce Sonae com o portfólio da brMalls, isso dá 14% da área de shoppings do Brasil. Não é um nível de concentração muito alto”, completou Guanabara.

brMalls
Fusão criará operação com a melhor proposta de negócio para varejistas e consumidores, defendeu Daniella Guanabara (Imagem: Pixabay/@geralt)

Sinergias

Guanabara contou que a intenção de propor uma combinação de negócios com a brMalls já existia em 2017. Porém, a Aliansce estava começando o processo de incorporação da Sonae.

Agora, aproveitando a desvalorização das ações devido ao agravamento da crise econômica, a Aliansce achou oportuno entrar com uma proposta para fundir seus negócios com as operações da brMalls.

“Quando a gente vê que as ações estão desvalorizadas, é uma maneira de fazer uma aquisição com trocas de ações, envolvendo menos dinheiro e mais ações. Dado que a gente tinha essa vantagem de as duas serem de capital aberto, era um bom momento para fazer”, explicou a diretora de RI.

Guanabara acredita que a complementaridade dos portfólios não só trará ganhos de capilaridade, como também criará a operação com a melhor proposta de negócio para varejistas e consumidores.

A Aliansce projeta sinergias de até R$ 210 milhões por ano nessa transação. Com a brMalls, a companhia espera alavancar sua estratégia “figital” (físico mais digital), que já é colocada em prática via Box Delivery e e-commerce estabelecido em alguns shoppings.

Entre para o nosso Telegram!

Faça parte do grupo do Money Times no Telegram. Você acessa as notícias em tempo real e ainda pode participar de discussões relacionadas aos principais temas do Brasil e mundo. Entre agora para o nosso grupo no Telegram!

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
Linkedin