Internacional

Fusões aguardam hotéis espanhóis abalados pela pandemia

24 ago 2020, 15:01 - atualizado em 24 ago 2020, 15:01
Espanha
Antes da pandemia, a Espanha era o segundo país mais visitado do mundo depois da França, com 84 milhões de turistas internacionais no ano passado, segundo o Instituto de Estatísticas Nacionais (Imagem: Pixabay)

Repletos de camas vazias durante a pandemia, os hotéis espanhóis podem encontrar a melhor maneira de sair da crise se forem vendidos ou comprarem rivais, disseram autoridades do setor.

“Haverá oportunidades para vender e as redes de hotelaria estarão muito atentas a isso”, disse Javier Jimenez, presidente da Associação Espanhola de Diretores de Hotéis da Região da Costa Blanca, que inclui as cidades turísticas de Benidorm, Denia e Torrevieja.

Castigados por uma emergência de saúde que derrubou os gastos em turismo internacionais em 71% no primeiro semestre, os donos de hotéis fazem o que podem para sobreviver.

Para investidores e grandes redes com balanços patrimoniais robustos, a pandemia apresenta uma chance de abocanhar estabelecimentos menores que lutam para resistir à tempestade, disse Jimenez.

Essa visão está de acordo com uma pesquisa publicada pela Deloitte Espanha, na qual 40% dos executivos do setor hoteleiro responderam que investidores aproveitarão a crise para comprar estabelecimentos em dificuldades.

Antes da pandemia, a Espanha era o segundo país mais visitado do mundo depois da França, com 84 milhões de turistas internacionais no ano passado, segundo o Instituto de Estatísticas Nacionais

A consolidação já estava em andamento após o setor sair da crise financeira nacional uma década atrás. Em 2018, a Blackstone Group comprou a Hispania Activos Inmobiliarios, que possuía 13.100 quartos, como parte de uma série de negócios que fizeram dela uma das maiores operadoras de hotéis na Espanha.

Quando a pandemia recuou do pico atingido no segundo trimestre, algum movimento de turismo voltou.

Nova alta de casos

Mas as infecções estão disparando novamente, levando diversos governos europeus, liderados pelo Reino Unido, a determinar que os viajantes façam quarentena quando chegarem em casa.

Os hotéis que enfrentaram as maiores quedas na receita — e, portanto, os mais inclinados a entrar em fusões e aquisições — geralmente têm poucos anos de funcionamento, são localizados em áreas urbanas e têm entre 70 a 80 quartos, explicou Chema Herrero, CEO da empresa de dados BedsRevenue.com. A maioria dos quase 25.000 hotéis da Espanha tem menos de 100 quartos, acrescentou ele.

Empreendedores que alugam os hotéis que operam sofrerão ainda maior pressão para vender seus negócios para redes ou investidores, disse ele. Herrero estima que menos de um terço dos hotéis esteja em regime de aluguel.

Apesar do sofrimento atual, essa crise histórica vai criar chances de crescimento, segundo executivos.

Com apenas 12% de seus quartos abertos a clientes, a Melia Hotels International enfrentou um tombo de 95% na receita do segundo trimestre. Mesmo assim, o CEO da rede sediada em Maiorca, Gabriel Escarrer, declarou no mês passado que sairia dessa situação pronto para “alavancar todas as oportunidades nessa nova fase de reinvenção” do setor hoteleiro global.

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