Invasão da Ucrânia

G20 condena Rússia pela guerra; entre os BRICS, China e Índia mantêm neutralidade

25 fev 2023, 14:59 - atualizado em 25 fev 2023, 15:00
G20
Maioria dos países que fazem parte do G20 condenam a Rússia pela invasão na Ucrânia, mas China se recusa a assinar documento e Índia mantém-se neutra (Imagem: REUTERS/Francis Mascarenhas)

As maiores economias do mundo condenaram neste sábado (25) a Rússia pela guerra na Ucrânia. A posição foi anunciada em comunicado conjunto dos países-membros do G20.

O encontro acontece em Begaluru, na Índia. Apenas a China e a própria Rússia se recusaram a assinar o comunicado.

Anfitriã da reunião do G20, a Índia relutou em tocar no assunto da invasão russa, mas as nações do Ocidente insistiram que não poderiam apoiar nenhuma resolução que não incluísse uma condenação a Moscou.

China e Índia estavam entre as nações que se abstiveram na quinta-feira (23) em votação na Organização das Nações Unidas, quando a ONU votou de forma esmagadora para exigir que tropas russas fossem retiradas da Ucrânia, cessando o conflito no leste europeu.

G20: o que diz o comunicado

Com isso, a Índia manteve uma postura amplamente neutra, recusando-se a culpar a Rússia e buscando uma solução diplomática. A falta de consenso entre membros do G20 fez com que a Índia recorresse a emitir um “resumo do presidente e documento final”, no qual simplesmente resumiu os dois dias de conversas e mencionou desacordos.

“A maioria dos membros condenou veementemente a guerra na Ucrânia e enfatizou que o conflito está causando um imenso sofrimento humano e exacerbando fragilidades existentes na economia global”, disse o documento, citando interrupções nas cadeias de fornecimento, riscos à estabilidade financeira e uma contínua insegurança de energia e alimentos.

“Houve outras visões e avaliações diferentes da situação e das sanções”, emenda o comunicado, referindo-se às medidas aplicadas por Estados Unidos, países europeus e outros para punir a Rússia pela invasão e privá-la de receitas.

A resolução foi parecida com a da cúpula do G20 em Bali, em novembro, quando a anfitriã Indonésia também emitiu uma declaração final reconhecendo diferenças. O G20, formado há duas décadas para lidar com crises econômicas, tem sofrido cada vez mais para chegar a um consenso para emitir um comunicado oficial de fim de reunião.

A Rússia, membro do G20, mas não do G7, refere-se às ações na Ucrânia como uma “operação militar especial” e evita chamá-la de invasão ou guerra. Além das nações do G7, o bloco G20 também inclui países como Austrália, Brasil e Arábia Saudita.

UE adota novas sanções contra a Rússia

A União Europeia (UE) prometeu aumentar a pressão sobre Moscou “até que a Ucrânia seja libertada”, ao adotar um décimo pacote de sanções contra a Rússia neste sábado (25). O anúncio foi feito um dia após o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia.

As sanções abrangem o setor bancário, o acesso de Moscou à tecnologia que pode ser usada para fins civis e militares e tecnologias avançadas. O pacote acrescenta componentes eletrônicos usados em sistemas de armas russos recuperados no campo de batalha, incluindo drones, mísseis, helicópteros, bem como materiais específicos de terras-raras, circuitos integrados eletrônicos e câmeras térmicas à lista de exportações proibidas.

Também impõe restrições de exportação mais rígidas a outras 96 entidades para apoiar o complexo militar e industrial da Rússia, incluindo pela primeira vez sete entidades iranianas que fabricam drones militares usados por Moscou. Restrições adicionais serão impostas às importações de bens que geram receitas significativas para a Rússia, como asfalto e borracha sintética.

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