Invasão da Ucrânia

Guerra na Ucrânia completa ‘primeiro infeliz aniversário’; relembre

24 fev 2023, 10:27 - atualizado em 24 fev 2023, 10:27
Guerra na Ucrânia
Guerra na Ucrânia completa primeiro infeliz aniversário nesta sexta-feira (24) (Imagem: Shutterstock/Viacheslav Lopatin)

Hoje faz um ano que começou a guerra na Ucrânia. É um “primeiro infeliz aniversário”, resume o estrategista global do Rabobank, Michael Every, em relatório.

A invasão da Ucrânia teve início após o presidente russo, Vladimir Putin, autorizar uma ação militar na região de Donbass, no leste do país vizinho. A notícia abalou os mercados financeiros ao provocar uma segunda onda de alta generalizada nos preços, principalmente das commodities

Até então, a pandemia era o principal – e único – fenômeno a ter desencadeado uma pressão inflacionária global. Porém, o conflito no leste europeu teve impacto no bolso do consumidor, em meio à inflação dos alimentos e dos combustíveis

Sete semanas atrás, em meio à divulgação de analistas com as previsões para 2023, a expectativa era de que a guerra estava perdendo força. Hoje, todos os sinais são de escalada da tensão entre Rússia e o Ocidente.

“Ainda que diversas nações tenham feito esforço recente para mediar a paz entre as nações, inclusive a China, as probabilidades ainda não apontam para uma interrupção do conflito, mas sim para uma eventual ampliação”, resume o economista da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, também em comentário. 

Saiba mais em: A cobrança dos países ocidentais sobre Lula na Guerra da Ucrânia, após um ano de conflito

Guerra da Ucrânia: como tudo começou

A escalada da tensão na Ucrânia é consequência da crise energética observada desde o início da pandemia, em 2020, mas retrocede ao colapso da União Soviética, ainda nos anos 1990. Porém, não é preciso voltar tão atrás na história.

Para entender o conflito entre Ucrânia e Rússia basta retornar ao momento em que a disseminação do coronavírus pelo mundo provocou uma queda abrupta da demanda mundial por petróleo, derrubando os preços da commodity no mercado internacional. Quem aqui se lembra dos valores negativos do barril do tipo WTI no mercado futuro em Nova York?

O movimento foi reflexo da paralisação da atividade por causa das medidas de bloqueio (lockdown). Como consequência, os reservatórios de petróleo e gás ao redor do mundo ficaram cheios e ociosos e os navios-petroleiros, à deriva, sem ter onde desembarcar.

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No entanto, à medida que a descoberta de vacinas eficazes contra a covid-19 permitiu a retomada da atividade, o mundo foi, aos poucos, voltando ao normal. Ao mesmo tempo,  as famílias criavam novos hábitos de consumo. Mas a oferta de energia simplesmente não conseguiu responder à retomada econômica, esvaziando os tanques e reservatórios de petróleo e gás natural. 

Diante de fortes pressões inflacionárias, os bancos centrais foram forçados a aumentar consideravelmente as taxas de juros, em um movimento capitaneado pelo Federal Reserve. Afinal, o conflito no leste europeu cavou de vez o caráter “temporário” da inflação.

Ucrânia x Rússia: uma questão geopolítica

Aliás, a localização geográfica do país europeu já fala por si só, considerando-se as disputas comerciais e territoriais envolvendo a distribuição do gás natural na região. Vale lembrar que a Europa é fortemente dependente das importações de energia.

Contudo, ainda que haja aspectos que envolvam os mercados, a questão em torno da Ucrânia é essencialmente geopolítica. Isso porque a queda de braço entre Rússia e Ocidente remete à expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde o fim da Guerra Fria.

Em 1991, com o fim da União Soviética, o território russo encolheu significativamente ao longo daquela década, subtraindo também milhões de habitantes. Every, do Rabobank, lembra que a tensão com Moscou envolvendo Kiev se dá pela tentativa da Otan de tentar incorporar a Ucrânia como país-membro da aliança militar liderada por Washington. 

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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