Internacional

Gabriel Casonato: O fogo amigo de Trump contra as big techs

08 jun 2019, 9:05 - atualizado em 07 jun 2019, 15:18

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Por Gabriel Casonato, editor da Agora Financial 

Caro leitor,

Se as últimas semanas já não vinham sendo fáceis para as gigantes americanas e tecnologia, a situação se complicou de vez logo no primeiro pregão de junho.

Não bastassem os efeitos nefastos da guerra comercial, na última segunda-feira (3) novos rumores derrubaram as ações das principais companhias do setor.

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Juntas, Alphabet (a dona do Google), Amazon, Facebook e Apple perderam juntas nada menos que US$ 140 bilhões em valor de mercado.

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A responsável foi a notícia de que o Departamento de Justiça dos EUA pode abrir uma investigação formal contra o Google por prejudicar a concorrência.

De acordo com o The Wall Street Journal, a suspeita recai sobre o suposto tratamento preferencial dado pela Alphabet a seus próprios serviços nos resultados de pesquisa.

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Nos bastidores, porém, toda a culpa pelo ataque está sendo atribuída à Donald Trump, que vem acusando publicamente empresas de mídias sociais e o próprio Google de suprimir opiniões conservadoras em suas plataformas.

O fogo amigo custou caro para a proprietária do Google, que sofreu a maior desvalorização diária desde abril de 2011.

A Amazon não ficou muito atrás, pressionada pela notícia de que pode enfrentar uma intensificação de investigações antitruste pela Comissão de Comércio.

Lembrando que Trump também vem criticando repetidamente a empresa de Jeff Bezos por supostamente se aproveitar do U.S. Postal Service, os correios americanos.

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Assim como nas acusações contra o Google, o presidente jamais apresentou quaisquer evidências…

O estrago para os investidores, no entanto, já está feito.

 (Imagem: Isac Nóbrega/PR)

Não é de hoje que Trump acusa as principais empresas americanas de buscas e redes sociais de manipular conteúdo para prejudica-lo.

Os ataques tiveram início há quase um ano, permanecendo sempre no campo das ameaças e sem maiores detalhes sobre quais medidas ele poderia tomar.

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Talvez por isso o mercado nunca havia dado tanta importância para as acusações, desacreditando que elas poderiam ter qualquer efeito prático que prejudicasse de fato as companhias.

Mas parece que o jogo virou, com muitos especialistas já admitindo que a situação pode ganhar contornos mais sérios.

Mais especificamente, eles reconhecem que podemos estar diante de uma investigação de alcance sem precedentes sobre algumas das maiores empresas de tecnologia do planeta.

A possibilidade de devassa é tão grande que já estaria até estimulando dezenas de companhias menores a levar suas reclamações de longa data para o Departamento de Justiça dos EUA, num indicativo de que a coisa pode ficar feia.

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O Google é líder em participação de mercado em diversos setores importantes, como publicidade digital, navegadores de internet, sistemas operacionais móveis e e-mail.

Mas a área que deve ficar mais no foco das autoridades é mesmo a de propaganda, onde a empresa possui as maiores vantagens competitivas em relação à concorrência.

A influência do Google sobre o mercado de publicidade digital e seu papel como intermediário entre anunciantes e editores é o que mais motivam denúncias das empresas de mídia.

As reclamações têm uma razão de ser, já que, juntos, Alphabet e Facebook detinham impressionantes 60,1%do total do mercado americano no ano passado, segundo a eMarketer.

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“O alcance gigantesco e a capacidade de direcionar as campanhas em escala, combinado com uma plataforma de uso simples e uma grande familiaridade por parte dos publicitários, garantiram o espaço do duopólio nos orçamentos digitais”, escreveu a empresa de pesquisa em relatório.

O tamanho e a consequente posição privilegiada, aliás, sempre estiveram entre os principais fatores que me mantinham otimista com o futuro de Google e Facebook.

O mesmo valia para a Amazon, que embora possua um modelo de negócios bem diferente, também está de olho em uma fatia do mercado de publicidade digital.

No entanto, com o recrudescimento das tensões com o governo, que muito provavelmente acabarão nas vias judiciais, todo cuidado é pouco.

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Não que eu não goste das empresas…

Apenas acredito que, enquanto aguardamos as cenas dos próximos capítulos, o melhor a se fazer agora é esperar por uma janela de oportunidade melhor para se comprar as ações.

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