Inflação

Gasolina mais cara: Queda na Selic entra em rota de colisão com reajuste da Petrobras

15 ago 2023, 14:28 - atualizado em 15 ago 2023, 14:28
Gasolina, selic, Petrobras
Selic: Reajuste no preço da gasolina e diesel devem impactar negativamente a inflação dos próximos meses. Banco Central já avisou que está de olho. (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

Nesta terça-feira (15), a Petrobras (PETR3PETR4) anunciou um reajuste de preços dos combustíveis para as suas distribuidoras.

Com isso, o preço médio de venda do litro da gasolina A subiu em R$ 0,41, passando para R$ 2,93 por litro. Já para o diesel A, o reajuste foi de R$ 0,78 por litro, a R$ 3,80 por litro.

Segundo o presidente da estatal, Jean Paul Prates, o novo patamar do petróleo se estabilizou, permitindo que Petrobras fizesse o reajuste necessário da gasolina e do diesel. Ele ainda disse ser um erro afirmar que a empresa está fazendo política artificial e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “nunca teve qualquer muxoxo para fazer isso ou aquilo”.

Prates anda destacou que se a Petrobras tivesse mantido a política de paridade internacional (PPI), o aumento anunciado hoje seria acima de R$ 1 no diesel e mais R$ 0,50 na gasolina.

Preço dos combustíveis pesa na inflação e Selic

Segundo os cálculos dos analista do Itaú Unibanco, o reajuste dos combustíveis vai pesar no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação deve bater 0,31% em agosto, 0,50% em setembro e 0,37% em outubro. Com isso, a projeção para o final de 2023 passou de 4,9% para 5,1%.

Já Thiago Vetter, analista da StoneX, avalia que ainda há espaço para novos reajustes. Segundo ele, o preço da gasolina anto pode subir 9,6%, ou R$ 0,29 por litro, enquanto o óleo diesel poderia ter um aumento de 8,4%, ou R$ 0,21 por litro.

O impacto dos combustíveis na inflação preocupa o Banco Central, tanto que o presidente Roberto Campos Neto já afirmou que a autoridade monetária deve revisar suas projeções para o comportamento dos preços a partir desse novo dado.

“O impacto do diesel não é direto, é indireto na cadeia, mas o impacto da gasolina é direto no IPCA. Então, a gente provavelmente vai ter revisões [nas projeções de inflação] com o reajuste de hoje”, disse em evento promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo.

Ele ainda destacou que o reajuste nos preços da Petrobras deve gerar uma elevação de 0,40 ponto percentual no IPCA entre agosto e setembro.

Vale lembrar que no início do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic em 0,50 pp pela primeira vez em três anos, se baseando na queda da inflação ao longo dos últimos meses.

Em sua ata, o Copom chegou a sinalizar que novos cortes da mesma magnitude estavam previstas, mas que um reajuste mais agressivo, como de 0,75 pp, dependeria de surpresas positivas vindas do IPCA.

*Com informações da Reuters e BDM

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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